As grandes varejistas chinesas Shein, Shopee e AliExpress, agora são alvo do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz). Nesta terça-feira (30/05), os secretários de Fazenda decidiram, por unanimidade, fixar uma alíquota de 17% no Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para todas as plataformas de importação. A informação foi confirmada pelo Comitê à reportagem de O Tempo.
A Comsefaz oficializou a decisão nesta terça-feira ao Ministério da Fazenda. Agora, cabem aos Estados e ao governo federal alinhar as legislações para efetivar a cobrança. "Para concretizar a decisão do Comsefaz é necessário que um convênio celebrado no Confaz seja aprovado, o que ainda não aconteceu", explicou em nota o Ministério da Fazenda.
O comitê estabeleceu que a alíquota do ICMS nessas importações será a menor alíquota modal utilizada pelos Estados, que atualmente é de 17%. A alíquota modal é utilizada nos casos das mercadorias que não têm alíquotas específicas.
“Se fosse algo diferente disso, os Estados teriam que observar o princípio de anterioridade para elencar a tributação. E aí só poderia ser efetivado esse sistema com todos no próximo ano”, explicou, em nota, o Comsefaz.
Segundo o Comitê, a decisão pela uniformidade era um requisito para dar funcionalidade à aplicação do Canal Verde pela Receita Federal, um sistema que registra o desembaraço (liberação da encomenda pela alfândega para que ela possa entrar no país) automático da mercadoria, dispensando o exame documental e a verificação física do produto.
“Este novo procedimento dará competitividade e equalização de tratamento tributário à empresa nacional”, destacou o Comitê.
Em abril, fiscais da Receita Federal já estavam defendendo a taxação de compras internacionais, de até US$ 50, por pessoas físicas, atualmente isentas de tributos. Segundo a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), algumas empresas estariam praticando fraudes, sonegando impostos, com este tipo de comércio eletrônico. O mercado brasileiro acusa as varejistas asiáticas de concorrência desleal.
Após pressão pela tributação, as grandes varejistas chinesas acabaram se comprometendo com o governo federal a fazer investimentos no Brasil. A Shein, por exemplo, anunciou a fabricação de roupas no país para gerar empregos.
"A decisão de estabelecer uma alíquota única para cobrança do ICMS nas importações via plataformas digitais foi tomada pelo Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal - Comsefaz - e já foi comunicada oficialmente ao Confaz.
O referido comitê deliberou que a alíquota do ICMS nessas importações será a menor alíquota modal utilizada pelos Estados, que atualmente é de 17%. A alíquota modal é a utilizada para tributar com ICMS todas as mercadorias que não tem alíquotas específicas; em outras palavras; é a alíquota utilizada para tributar a maioria das vendas sujeitas ao ICMS.
Para concretizar a decisão do Comsefaz é necessário que um convênio celebrado no Confaz seja aprovado, o que inda não aconteceu. Essa alíquota modal de 17% deverá ser autorizada mediante convênio ICMS celebrado no âmbito Confaz, que deverá fixar também a data de início de sua utilização. Entretanto, ainda não há esse convênio."