As medidas para mitigar os efeitos da Covid-19 custaram até agora R$ 527 bilhões na economia brasileira. Mas a tão aguardada vacinação teve um dos menores orçamentos em 2020 – foram destinados R$ 2,2 bilhões para a aquisição dos imunizantes no país. O valor corresponde a 0,4% dos custos totais com a pandemia. Na última semana, o Brasil contabilizava 6,1 milhões de pessoas imunizadas. O número corresponde a 2,92% da população.

A maior parte das despesas executadas pelo governo, no entanto, destinou-se ao pagamento do auxílio emergencial. O programa consumiu R$ 293,1 bilhões do orçamento, 58% do que o governo desembolsou com todas as medidas de enfrentamento da doença. A estimativa é que mais de 66 milhões de pessoas tenham recebido o auxílio. Em termos de comparação, o Bolsa Família possui 13,9 milhões de usuários. 

“Vivemos em um país pobre. Quanto mais você impacta a renda, mais essas pessoas precisam do Estado. No contexto da pandemia. A verdade é que todo impacto é sentido, mas o pobre é o que mais sofre, principalmente, o que teve perda de emprego e renda”, diz o economista Luiz Carlos Day Gama, professor do Ibmec-BH.

Socorro

Além do pagamento do auxílio emergencial, em segundo lugar nos gastos durante a pandemia está o programa de socorro a Estados e municípios, com o desembolso de R$ 78,2 bilhões para compensar as dificuldades financeiras. Além disso, houve a suspensão de dívidas.

Boa parte do orçamento, R$ 58,1 bilhões, também foi para as cotas dos Fundos Garantidores de Operação e de Crédito, voltados principalmente para pequenos negócios, com R$ 58,1 bilhões. 

Segundo dados do Tesouro, depois das vacinas, as ações que tiveram o menor valor investido foram a de Financiamento da Infraestrutura Turística, com R$ 3,1 bilhões, e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito, que teve metade dos valores previstos desembolsada pelo governo. No ano passado, foram pagos R$ 5 bilhões dos R$ 10 bilhões programados. 

Em 2021, as despesas devem ter queda na comparação com 2020. Isso porque o estado de calamidade pública e o Orçamento de Guerra acabaram em dezembro. A projeção é que sejam gastos R$ 37,5 bilhões com as medidas de enfrentamento do coronavírus. Até 23 de fevereiro, R$ 3 milhões haviam sido pagos. 

Para a compra de vacinas, preveem-se gastos de R$ 22,3 bilhões. Em seguida, está a verba destinada ao benefício emergencial de manutenção de emprego e renda – R$ 8 bilhões.