BRASÍLIA. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), candidato à prefeitura de São Paulo, lamentou nesta quarta-feira (24) a declaração do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que questionou a confiabilidade do sistema de votação eletrônica brasileiro em um comício de campanha.

"Lamentável. Mostra o desconhecimento dele sobre o sistema eleitoral brasileiro", afirmou Boulos.

Ignorando as acusações de falta de transparência nas eleições da Venezuela, Maduro afirmou que o país conta com o melhor sisassim comotema eleitoral do mundo e que no Brasil, o voto não é auditável.

"Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata”, apontou

Apesar das críticas do deputado, o PSOL, assim como o PT, tem sido um defensor do regime de Maduro nos últimos anos, mesmo com os questionamentos de órggãos internacionais a respeito das instituições do país e violações de direitos humanos pelo governo venezuelano.

Nesta quarta-feira, Guilherme Boulos foi a Brasília se reunir com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia, para tratar do combate à disseminação de notícias falsas durante as eleições. O candidato se disse preocupado sobretudo com o crescimento das deep fakes com o uso da inteligência.

“O aumento de volume e da intensidade de mentiras é brutal quanto mais vai chegando a eleição. O nosso receio é que aumente ainda mais quando começar a campanha oficial”, afirmou.

O candidato apresentou à ministra um relatório do que aponta como casos de fake news contra a campanha dele na capital paulista, que estão sob aálise do TRE-SP. Segundo ele, o encontro não foi para apresentar "reivindicações", e sim "preocupações".

Críticas a Ricardo Nunes

Após a agenda no TSE, Boulos criticou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), seu principal adversário na corrida eleitoral de acordo com as pesquisas de intenção de voto.

“Quando ele, pela própria boca, em eventos públicos se torna o porta-voz das fake news, isso estimula toda uma reação em cadeia para que isso aconteça nas redes sociais, no anonimato. Precisa colocar freio a isso a partir da legislação”, afirmou.