BRASÍLIA - A deputada federal Tabata Amaral, candidata à prefeitura de São Paulo pelo PSB, tem mirado em Pablo Marçal, que concorre pelo PRTB, buscando crescer na disputa pelo comando da maior cidade do país. 

Nos últimos dias, a campanha vem investindo em vídeos e tirinhas nas redes sociais que citam supostas ligações do adversário e de aliados a organizações criminosas. Na rede social X, dos últimos oito posts publicados por Tabata, quatro foram direcionados para criticar Marçal.

A estratégia se baseia na premissa que, ao mesmo tempo em que Marçal cresce nas pesquisas de intenção de voto, aumenta a rejeição ao candidato entre setores de esquerda e de centro. Até aqui, ele tem conquistado votos dentro do bolsonarismo, a despeito do apoio oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição.

Assim, a candidata do PSB quer se colocar para o eleitor como a mais combativa opositora do ex-coach e mirar o voto de grupos que rejeitam o concorrente. Um dos principais trunfos é o fato de que, ao contrário de Tabata, Ricardo Nunes, Guilherme Boulos (PSOL) e José Luiz Datena (PSDB) têm se recusado a comparecer a debates devido à postura provocativa de Marçal. Em debate previsto para o próximo domingo (1), na TV Gazeta e no MyNews,a previsão é que apenas Marçal e Tabata compareçam e protagonizem um duelo direto.

Tabata explora suposto elo de Marçal com o PCC

Viralizou nas redes sociais, na última segunda-feira (27), um vídeo em que Tabata Amaral vincula Pablo Marçal ao PCC. Ela questionou a origem do patrimônio dele, citou a prisão do influencer em 2005 por participação em grupo envolvido em operações de fraude bancária em Goiás e sugeriu que o PCC esteja envolvido no financiamento da campanha.

“Quem está por trás do Pablo Marçal? Quem é que banca essa candidatura? Uma pesquisa por seus aliados esbarra sempre nas mesmas letras: P de Pablo, C de Coach, C de Criminoso”, diz.

Em outra peça de campanha, na sexta-feira (23), ela citou o influenciador Renato Cariani, amigo de Marçal investigado por tráfico de drogas, além de mencionar um áudio em que o presidente do PRTB, Leonardo Avalanche, diz ter sido responsável pela soltura de André do Rap, um dos líderes do PCC.

‘Guerra’ na Justiça Eleitoral

Tabata Amaral e Pablo Marçal também têm travado embates no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo. Foi a partir de um pedido da campanha do PSB, no último sábado (24), que a Corte determinou a suspensão dos perfis do candidato nas redes sociais, em decisão que deve durar até o final das eleições.

Na ação, Tabata alegou que Marçal desenvolveu estratégia de cooptação de colaboradores para disseminação de seus conteúdos em redes sociais e serviços de "streaming" que, com os "olhos voltados" para as eleições, teria se revestido de caráter ilícito e abusivo.

Antes, a postulante do PSB tentou a suspensão do registro de candidatura do oponente, pela suposta prática de abuso de poder econômico. O pedido foi negado pelo TRE. Para o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, acolher o requerimento poderia “gerar a ausência do nome do candidato na urna eletrônica”, gerando “perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão, nulidade das eleições para prefeito e realização de novas eleições”.