BRASÍLIA - Os candidatos à Prefeitura de São Paulo devem se encontrar em mais cinco debates até a ida dos eleitores às urnas para o primeiro turno, em 6 de outubro. O próximo será nesta terça-feira (17), promovido pela Rede TV e o Uol, às 10h20.

Há previsão de participação de Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Tabata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Novo). 

O último encontro entre os candidatos foi no domingo (15), na TV Cultura. Na ocasião, Datena agrediu Marçal fisicamente com uma cadeirada Pablo Marçal, após ser alvo de provocações por uma denúncia de assédio sexual arquivada pela Justiça.  

O tucano foi expulso do debate e disse não se arrepender, enquanto o ex-coach foi encaminhado a um hospital, de onde já recebeu alta médica, e registrou boletim de ocorrência. Por conta do episódio e do histórico de ofensas entre os candidatos, há a expectativa de que sejam definidas regras mais rígidas para os debates.  

Confira as datas e os horários dos próximos debates entre candidatos à prefeitura de São Paulo: 

  • UOL/RedeTV: 17 de setembro, às 10h20 
  • SBT: 20 de setembro, a partir das 11h15
  • Record TV: 28 de setembro, entre 21h e 23h15
  • UOL/ Folha de S. Paulo: 30 de setembro, às 10h
  • TV Globo: 3 de outubro, às 22h

Entenda a agressão de Datena a Marçal 

Cerca de 45 minutos antes de levar a cadeirada, Marçal provocou Datena e se referiu ao adversário como “jack”, gíria comum em presídios para identificar acusados de estupro.  

“Sabe o que eu estou falando, né? Tem alguém aqui que é ‘jack’. Está aqui tirando onda, apoiando censura, mas é alguém que responde por assédio sexual. Essa pessoa dá pena”, acrescentou, sugerindo que Datena “paga milhões” pelo silêncio de uma repórter que o denunciou.  

Ele recuperou uma denúncia de uma ex-funcionária da Band, emissora que tinha Datena no comando de um programa com foco policial, que acusou o então apresentador de assédio sexual.  

O processo correu na Justiça de São Paulo em 2019, mas a denúncia foi retirada, meses depois, por uma carta protocolada em cartório. Com isso, o caso foi arquivado pela Justiça e Datena disse não haver provas. 

Depois, a repórter declarou que foi induzida a escrever a carta após um processo de calúnia movido por Datena, mas que as acusações seriam verdadeiras. Nos minutos que antecederam a agressão, Marçal perguntou a Datena quando o adversário iria parar com a “palhaçada” e desistir da candidatura. 

Em resposta, o candidato do PSDB chamou o ex-coach de “bandidinho”. Ocupando o tempo de réplica, o candidato do PRTB continuou as ofensas. Em seguida, a situação escalou e Datena saiu de sua bancada com a cadeira em mãos e acertou seu adversário. 

A situação resultou na paralisação do debate e na expulsão de Datena, que alegou ter “perdido a cabeça” após a referência ao suposto caso de assédio. O candidato do PSDB disse que sua sogra morreu por AVCs por conta da denúncia e que, por isso, não pôde se conter. 

"Ninguém suporta isso”, disse, em referência ao que chamou de “acusação mentirosa”. “Ela [sogra] teve três AVCs e morreu, muito por conta disso. E agora eu achei que devia uma satisfação a ela por ter sido acusado por um canalha desse que ontem mesmo me convidou para tomar um café. E eu me recusei a tomar um café com ele”, disse sobre Marçal. 

Questionado se estava arrependido de ter dado a cadeirada em Marçal, Datena negou: “Claro que não”. O candidato falou em entrevista à TV Cultura, após ter sido expulso do debate pela agressão. Ele ainda garantiu que sua candidatura está mantida.