Eleições 2022

Zema reconhece ‘falta de experiência política’ ao articular base na ALMG

Entretanto, governador voltou a afirmar que Agostinho Patrus fez politicagem à frente da presidência da Casa


Publicado em 30 de agosto de 2022 | 20:15
 
 
 
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O governador Romeu Zema (Novo) admitiu, nesta terça-feira (30), em Montes Claros, no Norte de Minas, a ausência de “experiência política” ao construir a base de governo na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Atualmente, os partidos que compõem o bloco de governo na Casa reúnem apenas 21 dos 77 deputados estaduais, sendo Guilherme da Cunha e Laura Serrano os únicos filiados ao Novo.

De acordo com Zema, nesta eleição, o Novo está mais atento. “É a minha segunda eleição e vamos ter lá uma bancada que vai nos acompanhar. Infelizmente, há quatro anos atrás, por desconhecimento meu, por falta de experiência política, nós acabamos pecando. (...) Mas, no ano que vem, nós teremos uma Assembleia renovada e do nosso lado”, reconheceu o governador em entrevista à Inter TV Grande Minas, afiliada à Rede Globo

Ao passo que Zema se candidatou em chapa puro-sangue em 2018, a coligação à reeleição agora reúne PP, Podemos, Solidariedade, Patriota, Avante, PMN, Agir, DC e MDB, além do próprio Novo. A coalizão é a maior entre aquelas dos candidatos ao governo. “Agora, diferentemente de 2018, nós não somos um partido que está caminhando sozinho. Temos diversos partidos nos apoiando nessa eleição e que vão compor a nossa bancada”, acrescentou.

Inclusive, o deputado estadual Zé Reis (Podemos), vice-líder do governo e candidato à reeleição, acompanhou Zema durante a agenda em Montes Claros. A presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, Nely Aquino (Podemos), candidata a federal, também estava presente. Lá, além de fazer uma caminhada pelas ruas da região central, Zema se reuniu com lideranças do Conselho Regional de Odontologia.  

Embora tenha admitido as dificuldades de articulação, Zema apontou que os problemas foram, principalmente, com o presidente da ALMG, Agostinho Patrus (PSD). “Que, nós vimos neste ano, se aliou ao meu principal adversário político. Então, ele acabou usando a ALMG não para fazer política, mas para fazer politicagem, aquilo que era do próprio interesse dele”, criticou. Agostinho, que chegou a ser pré-candidato a vice de Alexandre Kalil (PSD), é, hoje, coordenador da campanha do ex-prefeito de Belo Horizonte.

A O TEMPO, Agostinho afirmou que a relação entre Zema e a ALMG foi a “pior possível”. “Conforme o próprio O Tempo revelou, foram pelo menos R$ 300 milhões em emendas secretas descarregadas pelo governo a 12 candidatos ligados a Igor Eto (ex-secretário de Estado de Governo), Mateus Simões (ex-secretário-geral de Estado) e Marcelo Aro (deputado federal), desrespeitando outros 65 deputados”, questionou. 

O presidente da ALMG acrescentou que as críticas de Zema são “um atestado de analfabetismo político”. “Ele interferiu nos trabalhos do Poder Legislativo de uma forma perversa e a inteligência dele nem se apercebe disso. Zema terceiriza sempre a culpa e não vê que ele é um grande desastre como gestor público”, concluiu Agostinho.

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