Zema investe em ataques a Pimentel em Montes Claros

Em Montes Claros, no Norte de Minas, nesta terça-feira (30), o governador Romeu Zema (Novo) investiu em ataques ao antecessor Fernando Pimentel (PT) ao defender o legado à frente do governo de Minas Gerais. O PT está na coligação “Juntos pelo povo de Minas Gerais”, encabeçada pelo ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), que, inclusive, havia visitado Montes Claros na última segunda (29).

Em sabatina à Inter TV Grande Minas, afiliada à Rede Globo, Zema, mesmo questionado sobre iniciativas em caso de uma eventual reeleição, não se furtou a se comparar ao antecessor. Ao ser questionado a respeito da construção de um hospital regional em Montes Claros, por exemplo, o governador enfatizou que há “vários hospitais regionais em Minas Gerais com obras iniciadas na gestão PT-Pimentel que ficaram inacabadas”. 

Candidato à reeleição, Zema, em seguida, afirmou que, “dependendo, é lógico, de análises técnicas”, quer levar para Montes Claros um hospital regional. “O hospital regional mais ao Norte que será concluído é o de Sete Lagoas”, ponderou. Ainda em junho, o governador prometeu relicitar as obras dos hospitais regionais de Teófilo Otoni, Conselheiro Lafaiete, Sete Lagoas, Divinópolis e Juiz de Fora ainda no segundo semestre deste ano.   

Já quando foi questionado sobre políticas públicas para as pessoas em situação de extrema pobreza, Zema citou que retomou o repasse do Piso Mineiro de Assistência Social aos municípios, “verba que, olha só, o PT-Pimentel cortou lá em 2017, 2018, e não pagou as cidades”. “Falo que o nosso governo não faz só o discurso social, como alguns fazem. Nós fazemos ação social”, provocou.

De acordo com Zema, o governo de Minas reajustou em 51% os repasses do Piso Mineiro de Assistência Social, elevando o repasse anual de R$ 54 milhões para R$ 81,7 milhões em 2022. O valor do benefício é calculado de acordo com o número de famílias incluídas no CadÚnico, que, em Minas, supera 2,7 milhões. O atual valor-referência por família é de R$ 2,40. Antes, era de R$ 2,20.

O governador ainda voltou a apontar que está investindo na malha rodoviária estadual apenas em 2022 porque “somente no ano passado eu consegui colocar a folha de pagamento (do funcionalismo) em dia”.

“O prefeito Humberto Souto está pavimentando estradas rurais e vicinais em Montes Claros porque sabe que o governo paga pontualmente e está também pagando o passado que o PT-Pimentel retirou de todos os prefeitos”, ressaltou, quando perguntado, na verdade, a respeito das condições da MG-259 entre Curvelo e Diamantina e da MG-122 entre Montes Claros e Janaúba.

Ao ser questionado sobre como diminuiria o déficit dos alunos da rede estadual de ensino, Zema, além de afirmar que as escolas de Minas estavam “desmoronando”, apontou que, antes, a merenda escolar era um “ensopado de arroz com água”. “Em 2018, o PT-Pimentel investiu R$ 3 milhões na merenda escolar. Neste ano, nós estamos investindo R$ 320 milhões”, comparou. 

O governador ainda pontuou que resolveu os “oito, dez anos sem reajuste” do magistério estadual, que, embora tenha recebido a recomposição de 10,06%, pleiteava, na verdade, o reajuste de 33,24% conforme o piso salarial nacional da categoria. “Lembro aqui que os profissionais da educação, no passado, não recebiam o décimo-terceiro e, quando recebiam, era parcelado; não recebiam o salário na data certa; ficaram oito, dez anos sem ter reajuste e nós já resolvemos isso”, disse.

Zema afirmou que nunca foi político, mas, agora, é político “pela primeira vez”, sem nenhuma “mordomia” ou “privilégio”, ao contrário de Pimentel, conforme o governador. “Moro na minha casa, pago o meu aluguel. Não moro no Palácio (das Mangabeiras), que o Pimentel-PT morava com 32 empregadas”, criticou, se auto-intitulando como um “gestor chão de fábrica”. 

Montes Claros, aliás, é um dos principais redutos petistas de Minas Gerais. Embora o prefeito Humberto Souto seja filiado ao Cidadania, a deputada estadual majoritária é Leninha (PT), que recebeu, apenas na cidade, 22.560 votos em 2018. Entre os federais, ainda que o mais votado tenha sido o deputado Delegado Marcelo Freitas (União Brasil), com 21.971, o deputado Paulo Guedes (PT) somou 20.623.

Questionado por O TEMPO, Pimentel convocou Zema para um debate. "Pode escolher a hora, canal e local. (...) O que não pode é você continuar repetindo essa enxurrada de calúnias. Pra curar essa obsessão doentia que você tem em relação a mim, ao meu governo e ao meu partido, nada melhor do que um debate. Já que você não quer debater com o candidato a governador, debate comigo", provocou o ex-governador em um vídeo publicado nas redes sociais.