CINEMA

Edmilson Filho multiplica por dois o humor do filme 'Férias Trocadas'

Em cartaz nos cinemas, comédia dirigida por Bruno Barreto conta ainda com Aline Campos e Carol Castro no elenco

Por Paulo Henrique Silva
Publicado em 07 de maio de 2024 | 11:34
 
 
 
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Um Edmilson Filho em cena já é garantia de riso. Imagine então um filme em que o ator de sucessos como “Cine Holliúdy” e “O Shaolin do Sertão” interpreta dois personagens ao mesmo tempo. Esse é um dos pontos altos de “Férias Trocadas”, produção dirigida por Bruno Barreto já em cartaz nos cinemas.

Na história, duas famílias de diferentes classes sociais têm suas viagens para a Colômbia transformadas radicalmente, a partir da troca de hotel onde ficarão hospedados. Enquanto a mais humilde é levada para um luxuoso resort, a outra, mais abastada, vai parar numa pousada em meio ao mato.

Edmilson interpreta o pai nessas duas famílias, que acabam sendo pivô de situações muito engraçadas. “Fazer dois personagens é sempre um desafio, por conta de tempo de  caracterização, já que, na mesma diária, você tem que sair de um (papel) para ir para outro na cena seguinte”, observa.

“A composição foi bem pensada antes em relação aos maneirismos, à prosódia e até mesmo à postura do corpo. Mas o maior desafio foi fazer as pessoas  entrarem na história daqueles personagens completamente diferentes, mesmo sabendo, lá no fundo, que se trata do mesmo ator. Pela resposta do público, acho que foi missão cumprida”, comemora.

Além da inusitada situação, que expõe cada família a um ambiente que não estava acostumado, “Férias Trocadas” também aponta para a necessidade de valorizar as relações amorosas e nunca deixá-las caírem na rotina. O filme reconecta os casais de alguma forma e valoriza muito a questão do perdão entre eles”.

Para o comediante, “temos um filme que faz rir, mas, ao mesmo tempo, se você quiser uma camada um pouco mais aprofundada, irá encontrar esses elementos presentes nos relacionamentos de muita gente”. As companheiras de cena são Aline Campos (do lado mais pobre) e Carol Castro (do mais abonado).

“Temos duas atrizes que conseguem ficar entre a comédia e o drama. Fizemos uma leitura (do roteiro) antes para ver se tinha química comigo. Em todo o filme que eu faço, gosto de conhecer os atores antes para saber se a gente está naquela mesma sintonia e vibração. E isso fica claro quando você vê o filme”, elogia.

Aline emplacou outros três trabalhos recentes que têm a mesma pegada popular, com “O Porteiro”, “Um Dia, Cinco Estrelas” e “Os Farofeiros”.  Com este último, “Férias Trocadas” carrega vários pontos comuns, a começar pela viagem familiar que não acaba acontecendo como todos gostariam.

“Existe um elo que é o amor, a família. Por mais que os perrengues possam acontecer, a família, quando está unida, quando ela se abre para  tirar o melhor de cada situação, tudo dá certo no final. É aceitar as condições que o universo lhe impõe, por mais que quebre expectativas”, analisa a atriz.

“Imagine se as férias não tivessem sido trocadas? Iria ser tudo a mesma coisa, o aprendizado não iria vir e tudo iria ficar repetitivo. Essa é a principal lição do filme: aceitar o momento presente e dar valor. Mais importante que o lugar onde você se encontra estão quem você tem por perto e quais a relações que você construiu”, destaca.

Carol Castro comenta que sempre foi fã de Edmilson Filho. “O humor dele é muito popular. Ele traz esse humor ácido e inteligente que o Ceará tem. A forma como leva esse Nordeste para as telas é incrível. Já tinha trabalhado com o Rodrigo Santana, que também faz esse humor muito popular, mas o Edmilson traz esse toque cultural maravilhoso”.

O maior desafio para ela foi manter o timing de comédia enquanto passava por um grave problema familiar, após o pai – o também ator Lucca de Castro – sofrer um acidente no Rio de Janeiro, enquanto a filha iniciava as filmagens de “Férias Trocadas” em Isla Baru, cidade colombiana onde foi feita grande parte das cenas.

“Foi logo no início, ainda na chegada à Colômbia. As filmagens não tinham começado ainda, estávamos bem no pré, e foi uma coisa que me acompanhou a viagem inteira. Eu sou muito a  base da minha família e, mesmo de longe, precisava resolver tudo , de autorizar cirurgia de emergência à transferência de um hospital prque o médico não está dando certo”, lembra.

Carol Castro conta que “o ambiente, a Colômbia,  com aquela Natureza, além do fato de trabalhar, que sempre ajuda, ainda fazendo o que você ama”, foi vital para se manter de pé. “Não que ela tenha um lado positivo, mas usei a dor para adquirir força e colocar nas emoções que a personagem precisava”, revela.

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