O novelista Aguinaldo Silva, de 81 anos, abriu o jogo sobre a sua saída da TV Globo após mais de quatro décadas como contratado exclusivo do canal. Em entrevista à Veja, o autor de "Tieta" (1989) e "Senhora do Destino" (2005) confessou ter ficado aliviado com o encerramento definitivo de seu contrato com a emissora carioca.
"Eles não tiveram a preocupação de fazer uma coisa mais cortês depois de 41 anos de casa, foi um comunicado objetivo. O meu último contrato era de seis anos, como fazia normalmente, e venceria no dia 29 de fevereiro de 2020. O que realmente me chateou e achei impróprio foi um rapaz da Globo me ligar no dia 1º de janeiro, em pleno feriado, às 8h da manhã, para me avisar que ele não seria renovado", afirmou ele.
Aguinaldo Silva também conta que não tem conhecimento de quem partiu a decisão de não renovar o seu contrato com a casa. "Não sei exatamente de quem partiu a decisão. Na época, o comando da dramaturgia era do Silvio de Abreu e a direção-geral do Schroder (Carlos Henrique), mas eles também não estão mais lá. Fui o primeiro de uma leva. Logo depois, atores, autores e diretores, cujos contratos iam terminando, foram sendo dispensados. Confesso que fiquei até aliviado quando sai da Globo. A perspectiva de escrever mais uma novela naquele sistema já não me agradava mais", acrescentou.
Já sobre um possível retorno à Globo após 4 anos de encerramento de seu contrato, o autor relata que voltaria à emissora, caso uma nova sinopse sua fosse aprovada pela direção.
"Essa história de que a Globo tinha uma novela minha já escrita no seu acervo e optou, no fim do ano passado, por arquivá-la, não é verdade. O que aconteceu é que, por intermédio de um agente, a sinopse de uma nova trama chegou à direção da Globo. Essa questão ainda está no ar, nada foi decidido e nem me comunicado. Depois de tudo que aconteceu, eu voltaria a trabalhar na emissora, sou um profissional. Mas, claro, teria que avaliar as condições", completou Aguinaldo Silva.