Francisco Cuoco, que morreu nesta quinta-feira (19), aos 91 anos, era um dos donos do recorde de audiência da TV brasileira, que provavelmente nunca será quebrado.

O capítulo 152 da novela "Selva de Pedra", em que Cuoco vivia o protagonista Cristiano, teve 100% de audiência, segundo o Ibope. Isso significa que todos os televisores estavam ligados na Globo naquele 4 de outubro de 1972 para assistir à trama de Janete Clair.

No capítulo daquele dia, a mocinha Rosana Reis (Regina Duarte) era desmascarada. Ao longo da novela, Rosana criou uma nova identidade: a de Simone Marques, que criou, pois achou que Cristiano queria matá-la. Simone se aproveitou de um acidente para forjar sua morte, quando, na verdade, a pessoa que morreu foi Madalena (Tamara Taxman), sua empregada.


ÍCONE DA TELEDRAMATURGIA BRASILEIRA
Francisco Cuoco nasceu em São Paulo em 29 de novembro de 1933 e construiu uma das carreiras mais bem-sucedidas da televisão brasileira. Ele tinha mais de 50 anos de carreira, com trabalhos na TV, cinema e teatro.


Aos 20 anos, Cuoco trocou o curso de direito pela Escola de Arte Dramática de São Paulo. Quatro anos depois de formado, integrou o Teatro Brasileiro de Comédia, onde aprendeu a importância da humildade na profissão, concordando que "não existem pequenos papéis, existem pequenos atores".

Em 1959, ingressou no Teatro dos Sete, ao lado de nomes como Fernanda Montenegro e Sérgio Britto. Paralelamente aos palcos, deu os primeiros passos na televisão, um veículo que o tornaria um ícone.


Atuou no elenco do "Grande Teatro Tupi", interpretando peças completas ao vivo, o que proporcionou um aprendizado incrível devido à necessidade de improviso. As primeiras novelas foram "Marcados Pelo Amor" (1964), na TV Record, e "Redenção" (1966), na Excelsior, que consolidou sua carreira. Em "Legião dos Esquecidos" (1968), ele formou o primeiro de muitos pares românticos com a atriz Regina Duarte.