Um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira, Francisco Cuoco morreu no fim da tarde desta quinta-feira (19), aos 91 anos. Em sua última entrevista, realizada há dois meses, o ator, que passou os últimos tempos recluso, revelou problemas de saúde e de locomoção. Cuoco estava internado no Albert Einstein, em São Paulo, há cerca de 20 dias.

O ator sofria complicações de saúde causadas pela idade e por um ferimento que infeccionou, segundo sua irmã, Grácia, com quem morava. A causa da morte não foi informada. “Tenho alguns problemas de saúde, de locomoção. Mas é suportável”, disse ele à “Folha de S.Paulo”. A entrevista foi publicada no dia 18 de maio.

À reportagem, Francisco Cuoco contou ter infecção nos rins, além de enfrentar um quadro de ansiedade. Pesando cerca de 130 quilos, o ator, que não foi fotografado durante a entrevista, tomava banho com ajuda de cuidadores. Segundo a publicação, as pernas do artista estavam inchadas e os pés, roxos.

Nos últimos meses, Cuoco enfrentou uma rotina de idas e vindas a hospitais. Quando estava em casa, ficava de repouso. Via TV, mas evitava as novelas. “Assisto ao jornal, alguma matéria mais interessante. Mas perdi o interesse em novelas. Vejo filmes. Não sempre, são muito longos”, comentou em sua última entrevista.

Intérprete de personagens marcantes, como Cristiano Vilhena, de “Selva de Pedra” (1972), e o taxista Carlão, de “Pecado Capital” (1975), Francisco Cuoco, embora enfrentasse problemas de saúde, fez questão de enaltecer, com orgulho, sua trajetória. 

“Sei que não foi à toa. Foi baseado em empenho, em entrega, em busca de igualdade. Passaram-se anos e experiências foram acumuladas. Eu perdia tempo, mas depois obtinha resultado. Foi bom. Agora quero tocar o barco. O próximo resultado está à frente”, disse Cuoco.