Zilu Camargo pode ter que devolver mais de R$ 740 mil ao Tesouro Nacional após a unidade técnica da Justiça Eleitoral, por meio da 6ª Zona Eleitoral - Vila Mariana-SP, recomendar a desaprovação das contas da campanha política da influenciadora, que foi candidata à vereadora de São Paulo, em 2024, pelo União Brasil, mas não foi eleita.
No final de junho, o Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) já havia dado um parecer favorável à rejeição das contas da ex-candidata, alegando que a ex-esposa de Zezé Di Camargo não havia comprovado gastos de R$ 317.186,80, proveniente do Fundo Partidário, e R$ 417.186,80, proveniente do Fundo Especial de Campanha. Por isso, requer a devolução dos valores ao Tesouro Nacional.
"As irregularidades apontadas pela unidade técnica responsável pelo exame das contas são, inequivocamente, suficientes para a rejeição das contas, por representarem vícios graves e insanáveis", declarou o MPSP em trecho do documento, que aponta ainda que Zilu enviou fora do prazo legal relatórios referentes a uma doação de R$ 550 mil.
O parecer técnico também identificou divergências entre as informações declaradas pela candidata e os dados apresentados pelo partido União Brasil em relação a uma doação de R$ 3.214,28 oriunda do Fundo Partidário. De acordo com o relatório, a inconsistência pode indicar possível omissão de receita.
O que Zilu Camargo diz?
A equipe de Zilu Camargo alega que o atraso no envio do relatório de doação de R$ 550 mil ocorreu devido "mera falha formal", decorrente de sobrecarga e instabilidades no sistema de prestação de contas eleitorais, não comprometendo, portanto, a regularidade das contas.
Em relação ao gasto eleitoral irregular de R$ 317 mil, a defesa da influenciadora aponta um "equívoco" da unidade técnica quanto ao valor e expressa estranheza pelo fato de o parecer e o relatório mencionarem o mesmo gasto como pago simultaneamente com Fundo Partidário e Fundo Especial de Financiamento de Campanha.
Já a doação de R$ 3.214,28, a equipe de Zilu destaca que foi erroneamente informado que a doação teria sido feita pela Direção Estadual do partido, quando a verdadeira doadora foi a Direção Municipal.
Por fim, quanto ao gasto eleitoral irregular de R$ 417.186,80, a advogada da ex-candidata afirma que o valor refere-se à soma de duas despesas e que não há irregularidades.
"É imprescindível ressaltar que, com o devido acatamento, a análise destes autos conteve diversas falhas por parte do sistema judiciário, sendo certo que tais equívocos serão reanalisados e reconsiderados pelo respeitável juízo eleitoral. Vale destacar que é comum em diversos processos desta Justiça especializada que haja lacunas ao se fazer o upload dos lançamentos no sistema da Justiça Eleitoral, uma vez que a quantidade de documentos a serem ali anexados é extensa",, diz um trecho de nota emitida pela equipe de Zilu Camargo.