O cantor canadense Justin Bieber lançou nesta sexta-feira (11 de julho) o sétimo álbum de estúdio, intitulado "Swag". A produção com 20 faixas inéditas tenta justificar o comportamento errático de Bieber nas redes sociais – que acendeu preocupações sobre a saúde mental do artista –, mas não chega a lugar nenhum ao misturar pedidos de desculpa e tentativas de pregação com faixas rasas sobre sexo.
"Swag", gíria que dá título ao disco, deriva de "Swagger", termo que, em inglês, significa um comportamento arrogante ou pomposo, podendo também tratar de uma autoconfiança bem forte. Em português, "Swag" pode ser traduzido como "estilo", sendo utilizado para dizer que alguém tem uma aparência ou atitude que chamam atenção. A escolha é curiosa para um álbum que deve passar despercebido pela discografia de Bieber.
O álbum é iniciado com "All I Can Take", canção que parece uma ode a Michael Jackson, na qual o canadense imita os soluços vocais que adornavam sucessos do Rei do Pop. Na letra, o cantor deixa claro que faz o que pode – "Esses sintomas da minha sensibilidade (Uh-uh)/ É pior saber que ninguém está ouvindo (Ninguém está ouvindo)/ É isso, eu não posso mudar, Deus sabe que eu tento", afirma o artista.
Algumas das faixas teriam sido inspiradas pela esposa de Justin, Hailey Bieber. A modelo e empresária, que recentemente vendeu parte da marca de cosméticos Rhode por US$ 1 bilhão, figura nas fotos de divulgação do álbum. Hailey aparece abraçada com Justin em algumas imagens e, em outras, carregando o filho, Jack Blues Bieber, que figura no colo do pai em outras.
O álbum constantemente parece que não vai engatar, apesar de carregar uma sonoridade até intrigante do R&B com o qual Bieber flerta desde o início da carreira. "Swag" carrega boas faixas como "First Place" (outra que parece pegar inspiração em Michael Jackson), "Walking Away", "Too Long" e "Devotion", algumas das mais sólidas do álbum, mas se perde.
No meio das faixas, Bieber decidiu encaixar como interludes trechos de conversas com o comediante Druski. Entre elas, o artista reproduz o trecho de uma das mais recentes brigas que teve com um paparazzi, que chegou a viralizar nas redes sociais. Em "Therapy Session", o artista reclama das preocupações do público, enquanto o comediante promete ser um "conselheiro" para ele e indica alguns cigarros. É tempo perdido.
O álbum poderia trazer novos clássicos em músicas como "Sweet Spot", iniciada como um R&B saboroso, mas amarga assim que Sexyy Red entra com versos próprios. Já "Zuma House" e "Things You Do" parecem mais rascunhos do que músicas completas – "Glory Voice Memo", pelo menos, não promete ser um produto finalizado.
"Swag" até terminaria bem com "Too Long", outra boa faixa, mas Bieber insiste em incluir "Forgiveness". Com uma pregação de Marvin Winans, o canadense tenta agradecer pela presença divina na própria vida, mas deixa o produto final ainda menos coeso. A sensação é de que Bieber quer provar a todo custo que está tudo bem, mas sequer transparece isso nas próprias canções.