A partir deste sábado (5/7), a exposição “Paisagens Mineradas: marcas no corpo-território” desembarca em Belo Horizonte, no Galpão 5 da Funarte, na região central da cidade, após percorrer cidades como São Paulo, Belém e Ouro Preto. Com entrada gratuita, a mostra fica em cartaz até 9 de agosto, apresentando obras de 12 artistas mulheres que abordam os impactos da mineração no Brasil. A iniciativa é do Instituto Camila e Luiz Taliberti, criado em memória das vítimas do rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, em 2019.

A curadoria de Isadora Canela destaca o protagonismo feminino na exposição, que reúne pinturas, gravuras, videoarte, instalações e fotografias. As obras exploram temas como devastação ambiental, resistência e regeneração, propondo um diálogo crítico sobre o modelo de mineração no país. Entre as artistas participantes estão Luana Vitra, Beá Meira, Isis Medeiros, Shirley Krenak e o Coletivo ASA de Ouro Preto, cada uma trazendo perspectivas únicas sobre o tema.

Para Marina Kilikian, coordenadora da exposição, há grande importância simbólica na chegada da mostra em BH, cidade que ainda enfrenta os efeitos da mineração, como as ameaças à Serra do Curral. “A mostra convida os moradores a repensarem o futuro da cidade e do estado”, afirma. A diretora da Funarte, Aline Vila Real, reforça o papel da exposição em ampliar o debate sobre justiça e sustentabilidade.

Obra de Mari de Sá em exposição na Funarte-MG
Obra de Mari de Sá em exposição na Funarte-MG | Crédito: Lais Teixeira/Divulgação

O crime ambiental ocorrido em Brumadinho, que causou a morte de 272 pessoas em 2019, é um dos eixos centrais da exposição. Helena Taliberti, presidente do Instituto, lembra que o desastre não foi um acidente e que a busca por justiça continua. “Precisamos mostrar para a sociedade o que aconteceu, para que tragédias como essa não se repitam”, declara.

Uma pesquisa da UFOP revelou que a exposição já impactou mais de 30 mil pessoas, com 57,7% dos visitantes afirmando que as obras ampliaram sua percepção sobre os efeitos da mineração. Além disso, 75% saíram motivados a aprender mais sobre o tema, evidenciando o poder da arte como ferramenta de conscientização.

A exposição conta com recursos de acessibilidade, como audioguia e equipe educativa. 

SERVIÇO:
O quê. Exposição “Paisagens Mineradas”
Quando. A partir deste sábado (5). Até 9 de agosto. Visitação de quarta a domingo, das 15h às 20h
Onde. Galpão 5 da Funarte MG (rua Januária, 68, centro)
Quanto. Gratuito