A atriz Júlia Lemmertz, de 62 anos, falou sobre o fim do casamento de 22 anos com Alexandre Borges. Em entrevista ao jornal O Globo, a artista disse que foi feliz em seu relacionamento com o ator, mas que não pretende repetir a experiência matrimonial.

"Essa coisa de casar e viver junto é particular. Eu tive uma história linda, de 22 anos com o Alê (o ator Alexandre Borges). Nós fomos casados por um tempão, e eu nunca vou ter outra coisa como a que tive com ele. Eu não pretendo repetir isso. Se eu tiver (algum outro relacionamento), vai ser uma outra coisa. Mas um casamento como o que eu tive, eu não pretendo ter nem terei mais. Acho que nem dá mais tempo, e eu estou OK com isso. Não é um sofrimento e não é um projeto de vida. É só uma constatação", declarou a atriz.

Júlia Lemmertz também refletiu sobre a importância de ter um diálogo aberto sobre a sexualidade da mulher madura. 

"A sexualidade da mulher madura ainda é uma conversa, assim como etarismo ainda é uma conversa. O bom é que agora já falamos sobre isso, há um tempo nem falávamos. Para mim isso nunca foi uma questão, mas eu entendo que exista esse lugar (receio em abordar esse assunto), às vezes a própria mulher se coloca nele. O fato é que as mulheres de 60 anos de hoje em dia não são as mulheres de 60 de 40 anos atrás. Ao mesmo tempo, as meninas de 15 e 20 anos de hoje não são as meninas de 15 e 20 anos de 40 anos atrás. Quando eu tinha 15, eu era uma garota, não existia internet, Instagram, tudo era um pouco mais relax. Hoje vivemos uma pressão de beleza e juventude que deforma a nossa percepção sobre a vida, sobre a passagem do tempo", disse ela.

Ainda na entrevista, a atriz destacou a importância do empoderamento feminino e a aceitação do amadurecimento físico e pessoal ao passar dos anos.

"É tudo tão difícil, o mundo já está tão atribulado. Tem menopausa, toda a questão hormonal da mulher, que já é uma lenha, e você ainda bota uma carga de ter que se manter jovem, ativa e sarada. Isso vira uma angústia. Eu realmente não me furto de falar sobre isso, não acho que seja um assunto que já está resolvido, porque não está e não vai estar nunca. São processos individuais, é importante que eventualmente se fale deles no coletivo para que algumas mulheres se reconheçam e se empoderem", completou Júlia Lemmertz.