Neste final de semana, a Funarte MG, no hipercentro de Belo Horizonte, se transformou em um verdadeiro picadeiro com a Cidade do Circo da 23ª edição do Festival Mundial de Circo. Com diversas atividades para todas as idades, de apresentações a exibições de filmes, o evento também reservou um espaço especial para homenagear o artista plástico e bonequeiro mineiro Agnaldo Pinho, que faleceu aos 61 anos no início de 2025.
Natural de Betim, Agnaldo também era cenógrafo e ficou conhecido pela criação de bonecos e pela montagem de cenários para exposições. Ele se destacou especialmente pela construção de autômatos, bonecos criados com mecanismos que os permitem realizar movimentos pré-programados. “Nos últimos anos, meu pai começou a desenvolver esses autômatos. São cenas que se movem por manivelas: você gira a manivela e a cena acontece”, explica a filha, Flora Pinho, de 28 anos.
Depois da morte do pai, Flora assumiu a empresa fundada por ele, a Traquitana, loja de brinquedos infantis e livros. Ela esteve presente na Cidade do Circo prestigiando a homenagem, mas também levando o trabalho da família para a feirinha do evento, que reuniu expositores com produtos ligados ao universo circense. “Esses autômatos são cortados a laser. A criança monta e depois brinca com o boneco que ela mesma construiu”, conta.
Flora também falou da emoção de ver o legado do pai reconhecido no festival. “Eu fiquei muito feliz, me senti honrada por ele, porque ele tem uma história muito bonita com o circo. Os primeiros bonecos que ele fez foram palhaços, ele sempre esteve muito inserido nesse universo. E hoje a obra dele tá aqui também, o circo que ele fez para o Memorial da Vale, em Mariana. Pra mim, é a obra que eu mais gosto”, afirma.