Um espaço familiar e, acima de tudo, divertido. Mesas e cadeiras de diferentes tipos espalhadas sob a sombra das árvores, sombrinhas e até da lona de picadeiro. Olhos atentos e curiosos se misturavam aos sorrisos encantados das crianças que acompanharam as atrações do último dia do 23º Festival Mundial de Circo, realizado na neste domingo (17 de agosto), na Funarte-MG, no centro da cidade.
O evento, que começou no sábado (9), é o primeiro festival internacional dedicado exclusivamente ao circo na América Latina. Desde sua criação, em 2001, já foram realizadas 22 edições, com 1.145 apresentações de 560 grupos e artistas de 39 países, além de companhias brasileiras. Nomes como o Cirque du Soleil e o tradicional Ringling Bros já passaram pelo evento. “O principal objetivo do Festival Mundial de Circo é formar plateia para o circo, principalmente o nacional”, explica Fernanda Vidigal, coordenadora do evento.
Neste ano, a programação ocupou mais de seis espaços culturais da cidade, do hipercentro às periferias. Para Fernanda, espalhar o festival é uma forma de democratizar o acesso à cultura. “Quanto mais espaços estivermos, mais pessoas podem conhecer a cena circense nacional”, afirma.
O festival também é uma celebração para os artistas. Daniel Pedro Nié, da companhia Artinerant́, participa desde a primeira edição. Para ele, o encontro cria laços e renova a cena. “Um festival como este faz os artistas se reencontrarem e o público conhecer o que está acontecendo tanto no circo contemporâneo quanto no tradicional. É bom para os dois lados”, destaca Nié. “O evento tem uma energia muito boa. Ontem, acho que havia 500 pessoas na roda no fim da tarde. Foi mágico, especial”, completa.
Cidade do Circo
Um dos pontos altos da edição foi a “Cidade do Circo”, montada na área externa da Funarte-MG neste fim de semana. O espaço contou com apresentações de palhaços e companhias, exibição de filmes e curtas, além de uma homenagem ao artista plástico, bonequeiro e cenógrafo mineiro Agnaldo Pinho, que faleceu no início deste ano, aos 61 anos. O evento também trouxe apresentações internacionais, como a apresentação da palhaça argentina, Maku Fanchulini, com o espetáculo “Metro e Meio”.
Entre o público estava Daniela Farias, de 40 anos, que levou o filho Raul, de 11, para acompanhar a programação. “Meu filho ama o circo, então foi uma oportunidade incrível de ver os espetáculos”, contou. Raul, que é autista, acompanhou animado a atividade do Picadeiro Minas com o Grupo Trampulim e convidados, que tomou conta da manhã da cidade do circo neste domingo. A mãe aprovou não só o evento como a estrutura oferecida. “Achei supertranquilo, acessível. Fomos bem acolhidos pelas pessoas. Por mim, deveria ter eventos como este toda semana”, ressaltou.