Quem passou pela Praça Raul Soares na noite deste sábado (23/8) se deparou com uma cena diferente do que é vista no dia a dia. Sentadas em cadeiras de praia, o que já é inusitado em uma cidade sem mar, diversas pessoas olhavam para cima e observavam atletas se equilibrando em fios que ligavam três prédios do entorno da praça - que é um dos palcos da programação da 10ª edição da Virada Cultural de BH, que acontece neste sábado e domingo (24/8).

A programação da praça acontece em parceria com o Circuito Urbano de Arte (Cura) – famoso por intervenções como as pinturas em fachadas de prédios no Centro. 

Foto: Fred Magno/O Tempo

Além do Highline Feelings, coletivo que cruza prédios com uma fita de slackline a mais de 70 metros de altura, a programação também contou com performance das premiadas dançarinas da Cia. Base com a coreografia “Devir”, que se apresentaram no alto da fachada do Edifício Leblon.

"É a primeira vez que integramos a programação e quisemos pensar em uma maneira diferente e inusitada de ocupar as empenas dos edifícios", detalha Priscila Amoni, diretora do Instituto Cura. 

O casal Tony Bezerra, de 37 anos, e Paulo Figueiroa, de 32, foi pego de surpresa. Sentaram-se nas cadeiras sem saber que se tratava do evento e comemoraram quando souberam que a praça fazia parte da programação.

"Ficamos na dúvida se era algo pago ou gratuito e simplesmente sentamos quando vimos a movimentação" conta Tony, que é de Brasília e está na cidade para encontrar o companheiro Paulo, natural de Sergipe.

O casal também conta que não sabia que existia a Virada Cultural de BH, mas que já tinha ouvido falar da de São Paulo.


Foto: Fred Magno/O Tempo

"Acho importante essa ocupação da cidade. Mantém a cidade viva e fortalece a cultura. Essa movimentação de hoje até lembra as praças do interior, que viram ponto de encontro e não é algo tão comum nas capitais", diz Paulo.

Já a empresária Bárbara Magalhães, de 39, já é assídua da Virada Cultural e estava acompanhada dos filhos João, de 9, e Lola, de apenas 4 meses. Ela, que mora em um dos prédios no entorno da praça, destacou a importância do evento.

"As crianças sempre são muito excluídas de eventos culturais. É importante termos iniciativas desse tipo, gratuitas e abertas ao público, para que todos possam aproveitar", destaca.

Foto: Fred Magno/O Tempo

Tranquilidade e comércio movimentado

Apesar da ocupação no local, o número de pessoas no local não era alto e permitiu que as pessoas se deslocassem com tranquilidade. Consequentemente, os 10 banheiros colocados no entorno deram conta do recado e não foram observadas filas - diferente do que acontece em eventos como o Carnaval e a Parada LGBT. 

Também chamou atenção o movimento em estabelecimentos comerciais do entorno, como os bares da Galeria São Vicente e Babel.