No thriller As Vigilantes (2021), dirigido por Eamon O’Rourke, a protagonista Joey (interpretada por Kiersey Clemons) sofre um abuso sexual após um encontro e vê no silêncio das autoridades uma segunda violência. Incapaz de encontrar justiça pelos caminhos convencionais, ela se une a um grupo radical de mulheres motociclistas chamado The Cherry Bombers, que atua diretamente contra abusadores e figuras de poder. O longa, inspirado no romance de Louise O’Neill, levanta questões urgentes sobre impunidade, sororidade e os limites da vingança.

Situado no sul dos Estados Unidos, o filme retrata um cenário em que o sistema falha e mulheres decidem reagir por conta própria. Com 97 minutos de duração, a obra mistura elementos de suspense, ação e crítica social, abordando a luta por justiça através de ações fora da lei. A proposta do roteiro é evidenciar como a violência institucional e o descrédito às vítimas acabam gerando respostas extremas e questionáveis — mas emocionalmente compreensíveis.

Apesar de uma premissa potente e atual, As Vigilantes recebeu críticas desfavoráveis tanto do público quanto da crítica especializada. O longa foi considerado raso em sua execução, com falhas nos diálogos, ritmo e desenvolvimento de personagens. Ainda assim, seu enredo chama atenção por provocar reflexões sobre a ineficácia das instituições e a possibilidade de revolta como única forma de reação possível para algumas mulheres.

Disponível para aluguel no Prime Video, o filme se insere na linha de narrativas que buscam dar visibilidade às consequências emocionais e sociais da violência contra a mulher. Embora não entregue uma produção aclamada, As Vigilantes pode servir como ponto de partida para debates importantes, sobretudo sobre o papel do sistema de justiça e o empoderamento feminino em um mundo ainda desigual.

Você está lendo um conteúdo originalmente publicado no Observatório da TV. Confira mais em: https://observatoriodatv.com.br