A partir desta quinta (7), o Cine Belas Artes celebra o cinema francês com a exibição de quatro clássicos, oferecendo ao público cinéfilo a chance de ver filmes de Jean-Luc Godard, Agnès Varda, Costa-Gavras e Mathieu Kassovitz na tela grande. A programação tem o apoio da Cinemateca da Embaixada da França, da Embaixada da França e do Instituto Français. As sessões sempre acontecerão às quintas-feiras, às 20h30, com ingressos a R$ 15.
O filme que abre essa seleção especial é "Z" (1969), do grego Costa-Gavras, nome maior do cinema político mundial. Ele trabalhou em diversos países, mas, foi, especialmente, na França que fez alguns de seus filmes mais conhecidos, como "Z", ganhador de duas estatuetas nos Oscar de 1970 (filme estrangeiro e montagem, além da indicação em filme, diretor e roteiro). O longa parte de um fato real – o assassinato de um político – para fazer uma investigação do que havia por trás desse crime.
Jean-Luc Godard será representado por um de seus filmes mais amados, "O Desprezo" (1963), protagonizado por Brigitte Bardot e Michel Piccoli, como um casal que está na Itália, onde ele trabalha como roteirista para uma adaptação de "A Odisseia" que será dirigida por Fritz Lang. Ao mesmo tempo, o relacionamento deles entra em crise quando ela desconfia que seu marido a usa como valor de troca com o produtor do longa, interpretado por Jack Palance. O filme é baseado em romance de Alberto Moravia, e foi escolhido entre os dez melhores do ano, quando estreou, pela revista "Cahiers du Cinéma".
Laureada como uma das mais importantes diretora de todos os tempos, Varda estará na tela com "Cleo das 5 às 7", no qual a protagonista (Corinne Marchand) é uma jovem cantora que espera o resultado de um exame, que indicará se ela tem câncer ou não. Durante essas duas horas de espera, ela anda pela cidade em busca de algo que aplaque sua ansiedade. Exibido no Festival de Cannes de 1962, o filme foi escolhido pela Associação de Críticos Fraceses como o melhor longa lançado em 1963.
Por fim, "O Ódio", que colocou o ator Kassovitz no mapa do cinema mundial como diretor. Um drama pungente e muito atual. Ganhador de diversos prêmios, entre eles, melhor diretor em Cannes de 1995, o longa coloca três amigos diante de um crime de ódio racial nos subúrbios de Paris. No elenco, Vincent Cassel, Saïd Taghmaoui e Hubert Koundé.
PROGRAMAÇÃO
Quinta
"Z", de Costa Gavras
O assassinato real de um político liberal (Yves Montand), cometido como se fosse um acidente, é retratado no caso Lambrakis. Fato acontecido na Grécia no início da década de 60, a investigação sobre a morte do político foi escandalosamente encoberta por uma rede de corrupção e ilegalidade na polícia e no exército.
Dia 14
"Cléo de 5 às 7", de Agnès Varda
) é uma cantora francesa que vive um momento de angústia, enquanto espera o resultado de um exame. O teste pode apontar se ela tem ou não um câncer de estômago. Sem saber o que fazer, Cléo perambula pela cidade de Paris. Ela passa uma hora e meia fazendo coisas banais, à procura de distração, até que conhece um soldado que está prestes a ir para a guerra na Argélia.
Dia 21
"O Ódio", de Mathieu Kassovitz
O judeu Vinz (Vincent Cassel), o árabe Saïd (Saïd Taghmaoui) e o pugilista Hubert (Hubert Koundé) vivem no subúrbio de Paris e encaram diariamente a discriminação e os abusos da polícia. Durante mais um dos corriqueiros confrontos com as forças da lei, Vinz encontra uma arma e jura assassinar um policial caso seu amigo Abdel (Abdel Ahmed Ghili), espancado em interrogatório, morra em decorrência dos ferimentos.
Dia 28
"O Desprezo", de Jean-Luc Godard
Na Itália uma equipe grava sob direção de Fritz Lang um filme baseado na Odisseia, de Homero. Camille (Brigitte Bardot) é casada com Paul (Michel Piccoli), um escritor que foi contratado pelo produtor americano Jeremy (Jack Palance) para escrever o roteiro por 10 mil dólares. O desprezo de Camille começa quando ela passa a acreditar que o marido tentou vendê-la ao produtor, quando ele insiste para que a bela mulher fique sozinha com Jeremy. Uma série de mal-entendidos faz com que a relação do casal vá se fragmentando.