O filme Um Filho (The Son), dirigido por Florian Zeller, é um drama denso e comovente que explora os desafios emocionais de uma família desestruturada diante do sofrimento psicológico de um adolescente. Disponível na Prime Video, o longa mergulha em questões delicadas como saúde mental, abandono afetivo, culpa e as dificuldades da reconexão entre pais e filhos, provocando reflexões profundas sobre responsabilidade familiar e empatia.

Na trama, Hugh Jackman interpreta Peter, um executivo de sucesso que tenta reorganizar sua vida após se separar da ex-mulher, vivida por Laura Dern. Tudo muda quando o filho adolescente do casal, Nicholas, começa a apresentar sinais graves de depressão. Em busca de acolhimento, o jovem decide morar com o pai, que vive com sua nova companheira, interpretada por Vanessa Kirby, e o filho recém-nascido. O que parece ser uma tentativa de recomeço logo revela uma relação marcada por distanciamento, mágoas e desencontros emocionais.

O diretor Florian Zeller, que já havia conquistado reconhecimento com o premiado Meu Pai (The Father), dá continuidade à trilogia sobre sofrimento familiar com mais uma história visceral, agora do ponto de vista da juventude. Um Filho aposta na força do roteiro e nas atuações intensas para construir um retrato sensível e realista do impacto da saúde mental na dinâmica familiar. O longa evita soluções fáceis e mostra como o amor, por si só, nem sempre é suficiente para curar dores profundas.

A produção recebeu elogios por abordar um tema urgente de forma humana e sem romantizações. A atuação de Zen McGrath, como o jovem Nicholas, é especialmente destacada por sua entrega e vulnerabilidade, enquanto Hugh Jackman apresenta uma das performances mais maduras de sua carreira. A presença de Anthony Hopkins, em uma participação especial como o avô, reforça o tom intergeracional do drama, ampliando o olhar sobre traumas familiares repetidos ao longo do tempo.

Um Filho é um convite ao diálogo sobre saúde emocional, relações rompidas e o desafio de lidar com o sofrimento do outro. Ao provocar desconforto e empatia na medida certa, o filme se estabelece como uma obra necessária no cenário contemporâneo do cinema dramático.

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