Entre esta quinta-feira (4/9) e 30 de setembro, a regional Venda Nova, em Belo Horizonte, recebe a 12ª edição do Festival Ponta a Pé Cultural. Criado pela Cóccix Companhia Teatral em 2008, o evento se consolidou como referência de valorização da produção artística periférica e, neste ano, apresenta 38 atividades gratuitas com o tema “Cultura e Territorialidade”. 

A programação, disponível neste link, contempla teatro, dança, música, circo, artes visuais, literatura, audiovisual, cultura popular, oficinas e palestras formativas.

“O Festival Ponta a Pé é um convite para que a comunidade de Venda Nova reconheça o seu próprio território como espaço legítimo de criação e fruição artística. Nossa proposta é fortalecer vínculos, valorizar memórias e ampliar o acesso à cultura, mostrando que a periferia também é centro quando o assunto é arte”, afirma Rogério Gomes, idealizador, coordenador e programador do festival, ao lado de Sinara Teles.

“O que nos move é transformar os espaços cotidianos em espaços de arte, mostrando que a cultura feita em Venda Nova tem força para dialogar com a cidade inteira”, complementa Sinara.

As atividades se espalham por bairros como Conjunto Minas Caixa, Minas Caixa, Serra Verde e Letícia, ocupando equipamentos públicos e comunitários, entre eles o Sesc Venda Nova e escolas da região. O festival também amplia seu alcance com uma oficina virtual de produção cultural, que pretende envolver artistas e agentes de diferentes localidades. A edição traz ainda encontros intergeracionais e interdisciplinares, aproximando linguagens, gerações e públicos.

O espetáculo de abertura será “A Velha Venda Nova”, da Cóccix Companhia Teatral. A montagem resgata os 314 anos de história da região por meio das personagens Native e Ceição, que conduzem o público a uma viagem pela memória local, entre causos, personagens e lendas urbanas como o Capeta da Vilarinho. Ícones como a radialista Glória Lopes e o padre Pedro Pinto Fernandes também aparecem no enredo, que mistura história, cultura popular e identidade.

Um dos momentos de destaque será a homenagem ao multiartista Gil Ramos, referência do teatro popular belo-horizontino, com a exibição do documentário “Sobre Mestres: Capítulo I – Vida e Obra de Gil Ramos”. A produção inaugura a série Homenagem Mestres(as) das Artes, voltada a reconhecer figuras que marcaram a cena cultural da cidade. Além da sessão aberta ao público, escolas da região receberão exibições seguidas de debates.

A programação também inclui atrações como a Batalha do Minas Caixa, dando visibilidade ao hip hop local; o espetáculo Abikú, do Teatro Negro e Atitude, que aborda infância, ancestralidade e desigualdade; e a peça infantil Uma surpresa para Benedita, do Grupo Trampulim, conhecida pelo humor de seus palhaços. A diversidade de atividades reforça o objetivo central do festival: celebrar a arte como direito de todos e como elo de pertencimento e identidade para Venda Nova e Belo Horizonte.

Sobre o Festival Ponta a Pé 

Desde 2008, o Festival Ponta a Pé Cultural, realizado na regional de Venda Nova, já realizou mais de 200 atividades multiculturais em Belo Horizonte, reunindo cerca de 20 mil espectadores. Durante a pandemia, em suas edições virtuais (2021), o festival ampliou seu alcance para o território nacional e internacional, reunindo cerca de 40 mil pessoas online. 

Ao longo de sua trajetória, o evento também garantiu aproximadamente 660 contratações de artistas e técnicos, reforçando seu papel de fomento à economia criativa e de fortalecimento da cena cultural periférica.