Milhares de pessoas prestaram homenagem neste sábado (6/9) ao 'rei' da moda, Giorgio Armani, cujo corpo foi velado no Teatro Armani, em Milão, após seu falecimento na quinta-feira, aos 91 anos. Longas filas se formaram desde as primeiras horas do dia para passar diante do caixão de madeira clara do lendário estilista, instalado no Teatro, sede do grupo Armani.
"Era um homem incrível, deixou uma grande marca. Era um exemplo, severo, às vezes duro, mas muito humano", disse emocionada Silvia Albonetti, vendedora da Emporio Armani, uma das marcas do estilista.
Grandes coroas de rosas brancas foram colocadas na entrada da sala onde descansa o caixão, junto a livros de condolências.
Donatella Versace, outro ícone da moda italiana, e o presidente da Ferrari, John Elkann, também compareceram para se despedir do estilista.
Armani, dono de um império de luxo avaliado em bilhões de euros, vestiu atores de Hollywood, estrelas da música e membros da realeza com criações discretas, porém de confecção singular e requintada.
O icônico estilista faleceu na quinta-feira após vários meses enfrentando problemas de saúde. Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, Armani morreu de insuficiência hepática súbita após uma pneumonia que o obrigou a ser hospitalizado em junho.
A capela ardente estará aberta neste sábado e domingo, das 9 da manhã às 6 da tarde (4h a 13h em Brasília) na antiga fábrica de chocolate da Nestlé convertida na sede do grupo Armani.
Minimalista e elegante, o edifício - onde ele exibiu suas criações - é um dos lugares mais emblemáticos de Milão, "a capital do estilo".
História de amor com Milão
Armani mantinha uma "história de amor" com a cidade, apontam todos os títulos da imprensa italiana, que repetem continuamente uma de suas declarações: "Milão é o centro do meu mundo, sempre me inspirou".
"Venho prestar homenagem a um homem que representava nossa cidade, é o fim de uma era", disse Fanny Bucci, uma milanesa de 55 anos que compareceu à capela ardente com sua mãe.
O estilista nasceu em 1934, em Piacenza, no norte da Itália, em uma família modesta de origem armênia. Ele chegou a Milão para estudar medicina, mas mudou de rumo ao aceitar um trabalho como vitrinista na famosa loja Rinascente, onde permaneceu até os 31 anos. Foi nesta cidade que ele criou em 1975 a casa Giorgio Armani.
"Era um símbolo de estilo e elegância que a cidade sempre sentirá falta", declarou o prefeito de Milão, Beppe Sala, que decretou um dia de luto na segunda-feira, dia do funeral do designer, que será realizado de forma privada.
O mestre italiano é reconhecido por sua contribuição para a moda feita especialmente para brilhar no tapete vermelho. Vestiu estrelas como Jodie Foster, Cate Blanchett e Beyoncé. Outras estrelas, incluindo Tom Cruise e Katie Holmes, escolheram vestir Armani no dia de seu casamento.
Ao longo de sua notável carreira, manteve o controle total de sua empresa enquanto expandia para hotéis de luxo, cosméticos, acessórios e decoração de interiores.
Armani nunca teve filhos, mas um sobrinho e duas sobrinhas ocupam cargos importantes em sua empresa.
Quando perguntado se conseguia imaginar ser substituído como a força criativa guia de sua companhia, ele brincou: "Meu ego diria, é claro, que ninguém jamais trabalharia como Armani". Mas depois concedeu: "Há talento por aí fora".