O primeiro show oficial do Skank aconteceu longe de Belo Horizonte. Foi em São Paulo, no Disco Reggae Night, quando o quarteto aproveitou uma data reservada para o extinto Pouso Alto – grupo que tinha Samuel Rosa e Henrique Portugal entre os integrantes – para estrear nos palcos.
Depois virou habitué do circuito de casas noturnas de BH. “No Maxaluna, eles tocavam todo domingo, direto, sempre com casa lotada. Para um dia da semana que era considerado morto na cidade, o Skank abriu uma brecha e fez o seu nome”, recorda o crítico musical Rodrigo James.
O jornalista lembra que o grupo já tinha um “nomezinho” na cidade, já apresentando algumas músicas autorais dentro de um repertório de covers. “Lembro que era uma banda divertida, no sentido de sempre fazer um som para cima, que se tornaria uma característica deles”, recorda.
Para James, o Skank mudou a história da cena musical de Minas Gerais. “Não havia uma banda pop daqui no cenário nacional. Foram eles que desbravaram um caminho. Minas era conhecida, até então, como a terra do Clube da Esquina. A chegada do Skank foi surpresa, fazendo um som supermoderno, misturando dancehall jamaicano com um tempero pop”.
Ele destaca que foi o Skank que abriu as portas para Pato Fu e Jota Quest, chamando a atenção do Brasil para o que acontecia nas Alterosas. “Eles caíram no gosto do povo e abriram um mercado a facão. Não dá para botar de outra forma: o Skank foi um marco”, afirma.
Rodrigo James vai além e põe o Skank como a banda pop mais importante da história do Brasil. “Se você pensar numa música feita para as massas, foi o Skank que fez isso. Um legado que não ficou apenas no pop, mas para a música em geral, com um Luan Santana se espelhando muito neles”, compara o crítico.