A capa de “Inocente ‘Demotape’” mostra Djonga com olhar penetrante e um sorriso infantil. Em uma das mãos, ele segura uma casquinha de sorvete, que derrete sobre os seus dedos. Usando um macacão jeans sobre o torso nu, o artista sustenta um colar, uma pulseira e um anel com vários brilhantes. O fundo bege claro compõe o restante da foto. Com exceção dos adereços, a descrição da imagem é exatamente a mesma da capa do disco “Perfect Angel”, da cantora norte-americana de soul, R&B e rock Minnie Riperton, de quem o rapper buscou inspiração. O rapper se apresenta em nova turnê em Belo Horizonte nesta sexta-feira (19).
“A música ‘Lovin’ You’ [que faz parte do álbum de Minnie] vem me acompanhando desde a infância. E aí quando eu estava escrevendo as músicas do ‘Inocente’, eu pensei: ‘essa capa tem a ver’. De repente, percebi que estava lançando o disco em outubro, outubro rosa... A Minnie morreu justamente de câncer mama, e minha mãe se curou de dois cânceres de mama… É uma coisa louca, tinha que ser”, divaga o artista.
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A canção, aliás, é uma das poucas que Djonga gosta de ouvir. Ele revela que tem uma playlist com quase 48 horas de música, e não costuma escutar muitas outras obras fora dela. “Eu não sou aquele cara que fica ouvindo tanta música, tá ligado? O Ariano Suassuna disse, uma vez, que não tinha personalidade, porque não gostava de café, mas fingia que gostava. Eu, da mesma forma, fiquei por muito tempo tentando fingir que eu ouvia muita música, mas eu sinceramente não vou atrás”, confessa Djonga, como se tirasse um peso das costas.
Em relação à escolha do nome do disco, Djonga é enfático. “Quem me chamar de ladrão, vou dizer que sou inocente”, diz, em referência ao álbum “Ladrão” (2019). “Se me acusarem de vendido, sou inocente; se falarem que a música é ruim, sou inocente. O nome do disco já diz tudo”, provoca. Além disso, ele também quis mostrar outra face. “É uma ‘vibe’ de tranquilidade, da falta de malícia”, explica.