O ilustrador, escritor e artista visual Bruno Grossi, o Begê, foi diagnosticado com autismo já na fase adulta. Inspirado pela descoberta e por querer expor, de forma lúdica e divertida, como é a realidade de uma pessoa diagnosticada dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), Begê decidiu usar as páginas de um livro para falar sobre o assunto e ampliar a discussão a todos os ambientes e cenários. 

Assim surge “DoroTEA, a Peixinha Autista”, escrito e ilustrado pelo mineiro. No livro, lançado em janeiro, DoroTEA enfrenta seus medos e conhece novos amigos, que bagunçam a sua rotina, mas que mostram a ela novas oportunidades e vivências fora do seu cotidiano, completamente estruturado e rígido de mudanças. Através dessas novas experiências a peixinha descobre um “novo mundo” a ser explorado. Muitas pessoas ainda têm dúvidas ou sequer sabem o quão difícil é o dia a dia de um neurodivergente.

“Entre muitas dificuldades durante a vida, tentei colocar no livro um pouco do que passamos nesse percurso. A peixinha DoroTEA me possibilitou, de forma lúdica, levar informações a todos os pequenos e grandes leitores”, diz Bruno Grossi, que entrou no mundo da literatura infantil em 2004. Desde então, ele publicou quatro livros e ilustrou mais de 30 obras. “Quero levar a representatividade a cada criança autista, mostrando que temos muito potencial e nossas habilidades devem ser nossa principal característica”, acrescenta o ilustrador. 

Bruno Grossi diz que o público alvo são as crianças, educadores, terapeutas e médicos, familiares e profissionais ligados à causa autista. Para viabilizar o projeto, Begê, morador de São João Del Rei, contou com a ajuda financeira de mais de 150 colaboradores. Nas primeiras páginas do livro, o escritor agradece às psicólogas especializadas em TEA Gabriela Neuber, Maria Matilde Santos, Gisella Fadda e Letícia Grossi e à Associação Pró Autistas de São João Del Rei (Aspas).