Luto

Atriz Aracy Cardoso morre no Rio aos 80 anos

Famosa por novelas nos anos 70, atriz estava internada há um mês tratando de problemas no coração e nos rins


Publicado em 26 de dezembro de 2017 | 21:10
 
 
 
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RIO DE JANEIRO. Morreu nesta terça-feira (26), no Rio de Janeiro, aos 80 anos, a atriz Aracy Cardoso. Ela era conhecida por participações em diversas novelas da Rede Globo, como “Fogo Sobre Terra” (1974), “De Corpo e Alma” (1992) e “Sol Nascente” (2017), seu último trabalho, no qual interpretou a personagem Dona Laís. Também ficou marcada pela personagem Zazá em “A Gata Comeu” (1985).

Segundo informações de amigos citados pelo jornal “Extra”, Aracy estava internada havia um mês no hospital São Lucas, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, tratando de problemas no coração e nos rins. Além do problema do coração, Aracy sofria de hidrocefalia e distúrbios do equilíbrio.

O velório acontecerá a partir da noite desta terça e iria até a manhã desta quarta-feira no Memorial do Carmo, no Caju, no Rio de Janeiro.

Segundo informações da administração do local, o corpo da atriz será cremado em cerimônia agendada para as 15h desta quarta-feira (27).

O escritor e jornalista Artur Xexéo lamentou a morte da atriz e enfatizou a história dela na TV brasileira. “Era uma grande atriz. A primeira grande atriz da televisão carioca. Nos anos 50, quando a TV não era nacional, não era em rede, ela fez muito sucesso fazendo as primeiras novelas da TV, quando as novelas não eram diárias ainda. Ela tem pelo menos um sucesso, um sucessão dos anos 50, que é ‘A Canção de Bernadette’, que é uma adaptação do filme famoso, que era com (a atriz) Jennifer Jones, e ela fazia esse mesmo papel nessa versão carioca”, lembrou Xexéo.

Do teatro à TV. Filha de uma cantora de ópera, Aracy Cardoso Fróes começou sua carreira no teatro, passando para a TV a partir de meados dos anos 60. Em 1965, ela começou a atuar em novelas na TV Excelsior, em São Paulo, quase sempre em papeis de mocinhas.

Foi assim nos folhetins “Os Quatro Filhos”, “Sublime Amor”, “O Direito dos Filhos” e “A Indomável”, adaptação da peça “A Megera Domada”, de William Shakespeare.

Atuou em “Anastácia, a Mulher sem Destino”, na Globo, para onde voltaria nos anos 70 nas novelas “Fogo Sobre Terra”, “À Sombra dos Laranjais”, “Vejo a Lua no Céu”, “Memórias de Amor” e “Água Viva”. Um de seus papéis mais famosos foi como a governanta Zazá, de “A Gata Comeu”, de Ivani Ribeiro.

Sua última aparição na TV foi neste ano, numa participação especial em “Sol Nascente”, novela de Walther Negrão, Suzana Pires e Júlio Fischer.

Ela também participou de novelas da Record, como “Dona Xepa” (2013).

Foram mais de 50 trabalhos entre novelas, séries e filmes, como “Fatalidade” (1953), de Jacques Maret, que marcou sua estreia no cinema.

Na telona, ela participou ainda dos filmes “O Homem Nu” (1997), de Hugo Carvana, e “Nosso Lar” (2010), de Wagner de Assis.

Em 1999, Aracy estreou, no teatro Vannucci, o monólogo “Dona Ninguém”, com texto de Heloneida Studart e direção de Jesus Chediak.

Na época, comparou a experiência a uma luta. “Num monólogo, um ator não pode fingir, enganar o espectador. Tenho que dançar, cantar e atuar. Eu me sinto como se estivesse num ringue lutando”, disse ela, que na peça interpretou Maria, uma mulher que passa a rever toda a sua vida após a morte do marido.

Ela deixa duas filhas, Bia e Patrícia.

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