O Brasil se preparava para vivenciar uma eleição polarizada entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad quando, em julho de 2018, poucos dias após a França se tornar bicampeã do mundo de futebol contra a Croácia, o autor do gibi mais vendido da história do país revelou a sua intenção de abordar questões de gênero na versão adulta da Turma da Mônica.
Oitavo dos dez filhos de Mauricio de Sousa e inspirador do personagem Nimbus, Mauro de Sousa, 32, que trabalha com o pai, teve a homossexualidade revelada pelo próprio progenitor, cerca de um ano depois, em maio deste ano.
Numa postagem no Instagram, Mauricio escreveu “Em casa, com o filho Mauro e o companheiro dele, meu genro Rafael”, em foto onde os três apareciam sorrindo e tomavam café.
Quatro meses depois, em setembro, uma polêmica envolvendo histórias em quadrinhos tomou conta da Bienal do Livro no Rio de Janeiro, quando o prefeito Marcelo Crivella mandou recolher uma edição para adolescentes que trazia um beijo homoafetivo entre dois homens.
“Eu, particularmente, e a empresa Mauricio de Sousa também temos um posicionamento de respeito ao próximo e contra a censura. Somos absolutamente a favor da liberdade de expressão. Acreditamos que, através da educação e da informação, é possível abordar qualquer assunto para todas as idades, transmitindo valores de amor e tolerância”, declara Mauro.
Neste sábado (28), chega a BH a produção circense e musical “Turma da Mônica: Brasilis”, cujo mote é, justamente, a diversidade formadora da sociedade brasileira. Sem esconder a ambição, Mauro afirma que se trata do “maior espetáculo já produzido pela empresa”, com um pesado investimento em tecnologia, efeitos especiais e trilha sonora.
Com uma hora e 20 minutos de duração e um intervalo de 15 minutos entre os dois atos, a atração pesquisa as origens do país, ao abordar a presença das culturas europeia, africana e indígena. “Falamos sobre essas diferentes etnias, de maneira lúdica, divertida e respeitosa”, afiança Mauro.
Para construir a dramaturgia, além das personagens Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, Chico Bento, Papa-Capim e Milena, o elenco conta com a atriz Fafy Siqueira no papel de Jurema, criada a partir dos trejeitos da bisavó de Mauro.
Outra presença especial é a de Paula Lima, que interpreta com o Olodum as músicas do show. “A Paula é uma potente, autêntica e original voz brasileira; e a Fafy trouxe tanto o humor quanto a dramaticidade que a gente precisava”, elogia Mauro.
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