Cinema

Caso Amarildo na tela grande 

Documentário de Rodrigo Mac Niven estreia na programação do Festival do Rio


Publicado em 01 de outubro de 2014 | 03:00
 
 
 
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“A pergunta cadê o Amarildo continua no ar até hoje”, diz Elizabete Gomes da Silva, 47, a Bete, viúva do ajudante de pedreiro Amarildo, 43, desaparecido após ter sido levado por policiais da UPP da Rocinha no Rio de Janeiro há mais de um ano. O caso Amarildo se tornou emblemático no auge das manifestações em julho de 2013 e agora tem sua história contada pelo jovem documentarista Rodrigo Mac Niven em “O Estopim”, lançado na noite de segunda-feira no Festival do Rio, com a presença de familiares e amigos do pedreiro.

Carioca, 37 anos e nascido em Botafogo, zona Sul do Rio, o diretor Rodrigo Mac Niven diz que sempre se relacionou com as favelas. No audiovisual há mais de 15 anos, este é o seu terceiro longa documentário. O primeiro, “Cortina de Fumaça”, foi lançado no Festival do Rio em 2010 e aborda a política das drogas. Já o segundo, “Armados”, de 2012, retrata a cultura da violência e a política de armas. “O Estopim” esmiúça o caso Amarildo por ter se transformado em símbolo de resistência e luta da sociedade civil contra a violência do Estado.

“Meus filmes têm temas de cunho social frente à cidade onde vivo. Me debrucei sobre essas questões para levantar o debate”, disse Mac Niven. Ele espera que o filme dê voz aos moradores de favelas que tenham sofrido algum tipo de violência. “Quero que as pessoas vejam o filme e se sensibilizem, que sintam indignação e repulsa”, defendeu. Segundo a produtora Mariana Genescá, o documentário já começou a receber convites de festivais europeus antes mesmo de ser lançado no circuito nacional.

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