O violonista Carlos Walter e o bandolinista Marcos Ruffato não se conhecem de hoje. Nascidos em Uberaba, os músicos são amigos desde a juventude, quando já trocavam os primeiros sons. Celebrando a amizade musical, a dupla divide, hoje, o palco do Teatro Santo Agostinho, pelo projeto “Dedilhando”. O show tem participações de outros dois mineiros: o multi-instrumentista Marcelo Jiran e o violonista Geraldo Vianna.
Marcos Ruffato conta que o encontro se deu pela afinidade com os convidados. “São dois músicos que a gente admira muito. Descobri o trabalho de ambos por causa do Carlos. O Jiran eu já conhecia pessoalmente, o Vianna que só fui conhecer agora, nos ensaios. Mas já era fã de seu trabalho autoral e de produção”, conta o bandolinista.
“Os ensaios estão dando muito certo”, continua Ruffato. “O que une os quatro é o cuidado com o som, com a música que está sendo produzida, com a quantidade de elementos e a hora em que aparecem. Todos têm um olhar parecido para esses aspectos”, completa.
O bandolinista explica que diferentes dinâmicas se formatam no palco, durante o show. “Em alguns momentos, serão os quatro juntos, mas acontecerão todas as combinações”, afirma, lembrando que, para além do violão e do bandolim, os músicos se revezam em outros instrumentos, como saxofone, piano e acordeom.
O repertório é formado, principalmente, por músicas do homenageado da noite: Jacob do Bandolim. “Comecei a estudar bandolim quando herdei o instrumento do meu avô e tirei alguns choros do Jacob. Ele foi minha porta de entrada”, conta Ruffato, vencedor da 16ª edição do Prêmio BDMG Instrumental, que aconteceu neste ano. “Brinco que Jacob é o Kurt Cobain do choro. Conseguiu chegar ao profundo com uma simplicidade, até harmônica, muito grande”, defende, citando canções como “Receita de Samba”, “Santa Morena” e “Aguenta, Seu Fulgêncio”.
A apresentação conta, ainda, com releituras de outros grandes nomes da música brasileira, como Hermeto Paschoal (“Capivara”), Catulo da Paixão Cearense (“Ontem ao Luar”) e Baden Powell e Vinicius de Moraes (“Berimbau”). “Também faremos músicas próprias de cada um dos quatro músicos”, pontua Ruffato. Entre as autorais estão “Belos Aires, Buenos Horizontes/Uberaba” e “Alto das Mercês”, de Carlos Walter, e “Lia”, de Marcelo Jiran.
Agenda
O quê. Marcos Ruffato e Carlos Walter convidam Geraldo Vianna e Marcelo Jiran
Quando. Hoje, às 20h30
Onde. Teatro Santo Agostinho (rua Aimorés, 2.679, Santo Agostinho)
Quanto. R$ 40 (inteira)