O que é pequeno pede mais espaço com a 6ª edição do Festival de Teatro em Miniatura (Festim), que, de hoje até o próximo dia 17, oferece uma programação composta por 25 espetáculos nacionais e internacionais em diversos espaços públicos de Belo Horizonte. Realizado pelo Grupo Girino, o evento levará gratuitamente peças de lambe-lambe e teatro em miniatura para locais como as praças Floriano Peixoto e Afonso Arinos, o parque das Mangabeiras e o CCBB-BH, além de oferecer oficinas e debates.

Neste ano, o Festim recebeu um total de 140 inscrições, de diversos Estados do Brasil e também de outros países, o que, segundo Iasmim Marques, diretora do Grupo Girino, mostra como a prática do teatro em miniatura tem crescido. “Em 2014, fizemos o primeiro mapeamento do teatro em miniatura da América Latina, onde catalogamos 93 trabalhos. Fomos acompanhando e passamos a oferecer cursos de formação a partir de 2015. A gente nota que receber 140 inscrições este ano é fruto desse nosso trabalho”, diz a diretora.

Iasmim considera que a ampliação desse cenário está relacionada à própria história do Festim. “O festival teve início em 2012 em Belo Horizonte e, a partir de então, ele foi um propulsor nessa questão de se produzirem mais espetáculos na cidade e também em outras praças. Naquele ano, alguns Estados tinham representantes de um trabalho mais efetivo em teatro lambe-lambe e miniatura, mas cada vez mais coisas estão sendo produzidas à luz dessas técnicas”, aponta.

A diretora destaca que a seleção dos 25 espetáculos incluídos na programação teve como critérios a diversidade de técnicas, a questão da representatividade regional e o desejo de contemplar os países que mais se destacam nessa área – no caso, o México e a Argentina, representados, cada um, com quatro espetáculos.

Completam a programação montagens de Juazeiro do Norte (CE), Salvador (BA), São Paulo (SP), Navegantes (SC) e Porto Alegre (RS), além de nove peças de Belo Horizonte e região metropolitana.
O próprio Grupo Girino, naturalmente, também se apresenta, com a montagem “Meu Ambiente”, nos dias 13 e 14, no CCBB-BH. “Essa produção do grupo começou em 2015, é um trabalho de teatro de bonecos de balcão em que falamos da questão ambiental, da sustentabilidade”, diz.

“Será uma apresentação com acessibilidade em libras, o que a gente faz pelo terceiro ano seguido, e é voltado, principalmente, para o agendamento de escolas, mas o público em geral também pode retirar os ingressos uma hora antes da sessão”, diz a diretora do Grupo Girino.

Publicação. O festival abarca, ainda, o lançamento da “Revista Anima”, também em sua sexta edição. “Desde o início, o formato do festival já previa o lançamento de uma publicação para reunir pesquisas, experiência de profissionais que trabalham com essa linguagem, para despertar mesmo a questão do desenvolvimento da técnica, e para que esse material fosse catalogado. Nessa edição, contemplamos textos de pessoas convidadas e dos artistas participantes da programação”, diz Iasmim. No mesmo dia 16, quando acontece o lançamento da “Anima”, haverá também um debate com o bonequeiro e pesquisador Rafael Curci, da Cia. Andante, de Santa Catarina.

Iasmin aponta que a escala é a grande diferença do festival para outros eventos com foco nas artes cênicas. “É um evento que tem essa particularidade de contemplar o teatro em miniatura, trabalhando em pequenas escalas, quer dizer, é um festival que propõe novas interações com o público, que fica mais próximo da obra, próximo do artista, o que resulta num feedback espontâneo e imediato. É um convite para despertar a atenção das pessoas para o que é pequeno”, diz.

Programação

QUANDO. Hoje, de 11h às 13h, na praça Floriano Peixoto. Gratuito.

“A Caixa Misteriosa”

“Analogia do Zoom”

“Catirina do Olho Torto”

“Circo da Pulgária” “Copélia”

“Monstro do Armário”

“No Oco do Baobá”

“Sobre Voo”

“3 x 4”

A programação completa está no www.festim.art.br.