“Dominação”

Filme prova que horror dos EUA passa por boa fase

Gênero representa um bálsamo em meio a tantas histórias requentadas de super-heróis


Publicado em 05 de janeiro de 2017 | 03:00
 
 
 
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SÃO PAULO. O horror norte-americano passa por uma boa fase. O gênero representa um bálsamo em meio a tantas histórias requentadas de super-heróis.

“Dominação” é uma confirmação dessa fase. Trata-se de uma variação inteligente e habilmente filmada da velha batalha do bem contra o mal.

Mais uma vez temos uma história de exorcismo, tantas vezes levada às telas após o estrondoso sucesso de “O Exorcista” (1973), de William Friedkin. Temos também um protagonista dotado de estranhos poderes: Dr. Ember (Aaron Eckhart).

Ele é capaz de entrar na mente de pessoas que foram possuídas com o intuito de desmanchar a ilusão implantada pelo espírito maligno e alimentada por desejos ou traumas profundos.

Acontece que o Dr. Ember não chama o que faz de “exorcismo”, mas de “expulsão”. O processo, para ele, é muito mais científico do que religioso, por mais que certas coisas permaneçam inexplicáveis.

O espectador conhecerá superficialmente o passado desse homem e por que ele é obcecado por uma entidade em especial, conhecida pela alcunha de Maggie, que agora domina o corpo de um garoto de 11 anos.

Brad Peyton, diretor do medíocre “Terremoto: A Falha de San Andreas”, consegue prender nossa atenção pela maneira como trafega nos caminhos mais sombrios da mente humana.

Por mais que a razão nos leve a achar tudo uma bobagem, entramos de bom grado na chamada “suspensão da descrença” para melhor aproveitar o jogo mental travado entre o protagonista e seus demônios.

O filme ainda oferece a oportunidade de retomar contato com duas grandes atrizes: Carice van Houten (eternizada por Paul Verhoeven em “A Espiã”), que aqui interpreta a mãe do menino possuído; e Catalina Sandino Moreno, uma das mais belas atrizes latinas (revelada em “Maria Cheia de Graça”), como a emissária do Vaticano.

E faz justiça ao subestimado Eckhart (em cartaz com o belo “Sully”, de Clint Eastwood). Sua atuação permite esquecermos a frágil construção do personagem e ficarmos aflitos com seus mergulhos nas profundezas da ilusão. (Sérgio Alpendre)


Outras estreias

Mais dois longas chegam aos cinemas da capital nesta semana. “Moana: Um Mar de Aventuras” é a aposta da Disney para o novo “Frozen”. A animação acompanha a filha do líder de uma tribo das ilhas do Pacífico, que parte numa aventura em busca de seus ancestrais. Já “Sete Minutos Depois da Meia-Noite” é o novo drama fantástico do diretor espanhol J. A. Bayona (“O Impossível”). Adaptado de um best-seller infantojuvenil, o longa acompanha um adolescente que escapa de sua dura realidade ao conversar com uma árvore mágica em seus sonhos. O elenco traz Felicity Jones, de “Rogue One”, cotada ao Oscar pelo papel.

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