Foo Fighters anima Esplanada do Mineirão na despedida da turnê no país

A organização da primeira aparição do Foo Fighters em Belo Horizonte mostrou que os fãs do grupo estavam certos ao pedir para transferir a apresentação do Mega Space para Esplanada do Mineirão. Depois de 15 anos de espera, nem a chuva fina que começou a cair pouco antes do show e muito menos o frio na noite desta quarta-feira (28) atrapalharam a entrada ovacionada de Dave Grohl e sua banda no palco, que mostrava uma imagem projetada da Igreja da Pampulha, um dos principais cartões-postais da cidade. Dividido em dois setores diferentes, este foi o menor público desta turnê no Brasil, 17 mil pessoas.

Durante pouco mais de duas horas e meia, o Foo Fighters revisitou sucessos de seus 20 anos de carreira e, como já era esperado, não deixou de fora as principais composições do disco "Sonic Highways" (2014), gravado em oito cidades diferentes dos EUA. O show começou pontualmente com os acordes de "Something from Nothing", single do novo trabalho do grupo. O resto do repertório seguiu a estrutura mostrada em Porto Alegre, São Paulo e Rio.

Aos 46 anos, Grohl, atualmente conhecido por ser 'o cara mais legal do rock', não demorou para incendiar a plateia. Em cima do palco, ele se empenha em dar o melhor de si, principalmente principalmente ao conversar com o público, mesmo sem falar uma palavra em português. Na primeira meia hora da apresentação, toda de baixo de chuva, a banda emendou uma música atrás da outra, para delírio de um público encharcado. A multidão era formada, em sua maioria, por adolescentes que sabiam todas músicas de cor, espremidos na grade da pista comum, fãs saudosistas do Nirvana, groupies histéricas com capas de chuva baratas e outros roqueiros mais velhos, alguns inclusive acompanhados dos filhos e com um visual bem mais comportado que as habituais camisas de banda.

Na parte das covers, quando a banda vai para um segundo palco montado no meio de uma passarela que se projeta entre o público da área VIP, uma versão de "Detroit Rock City", do Kiss, "Tom Sawyer", do Rush, "Let There Be Rock", do AC/DC, e "Under Pressure", do Queen. Mesmo com poucas novidades, o show na capital mineira foi impecável em termos de performance e reforçou a vocação do Foo Fighters como uma grande banda capaz de entreter todo tipo de gente. A apresentação principal ofuscou os shows de abertura com os maiores sucessos dos Raimundos e os ingleses do Kaiser Chiefs, que trouxeram hits como "Everyday I Love You Less And Less", "Ruby", "I Predict a Riot" e "Oh My God".

Momentos de destaque

A maior surpresa foi quando um sósia do vocalista, o fã mineiro Rafael Giácomo (que inclusive se apresenta regularmente em BH como cover do Foo Fighters no Circuito do Rock; leia nossa entrevista com ele clicando aqui) apareceu para cantar trechos da música "Breakout". Outro ponto marcante foi quando diversos celulares e isqueiros foram acesos para iluminar a apresentação da baladinha "Big Me", do primeiro álbum "Foo Fighters", de 1995. A despedida sem bis, sob um coro de gritos e palmas, ficou a cargo de "Everlong", de "The Colour and the Shape" (1997). Agora a turnê do álbum "Sonic Highways" segue para Colômbia, onde os músicos se apresentam em Bogotá, dia 31.

Assista ao momento em que fã mineiro substituiu seu ídolo em BH:

Na opinião dos fãs

"Foi uma emoção muito grande estar aqui no 'salão de festas' do Galo para ver o Foo Fighters tocar em um show solo, mais longo e completo, ao vivo", conta o produtor cultural Ricardo Cateb, de 34 anos. Atleticano fanático, ele também fez referência a coincidência da famosa provocação da 'quarta-feira do Goulart'. "Acompanho a banda desde o início. Cheguei comprar um ingresso para ir naquele show que foi cancelado no Mineirinho, em 2000, mas acho que eles estão em um momento muito melhor agora", avalia.

FOTO: Instagram/Reprodução

Banda recebeu os fãs da fanpage Foo Fighters Brasil no camarim