'Nasce uma Estrela'

História de amor favorita ao Oscar

Nova versão do clássico de Hollywood estreia nesta quinta (11) nos cinemas brasileiros

Por Da redação
Publicado em 11 de outubro de 2018 | 03:00
 
 
 
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Aplaudida nas últimas edições dos festivais de Veneza e de Toronto, a nova versão de “Nasce uma Estrela”, protagonizada por Lady Gaga, 32, e Bradley Cooper, 43, estreia nesta quinta-feira (11). Impulsionado pelo carisma de Gaga, pela primeira vez protagonista de um longa, e a aprovação pela crítica da estreia de Cooper na direção, o drama favorito de Hollywood sobre o mundo do entretenimento aparece como um dos favoritos a concorrer na próxima edição do Oscar.

Essa é quarta versão da mesma história que já teve Barbra Streisand, Judy Garland e Janet Gaynor vivendo uma artista ascendente que se enamora de outro, decadente – Ally e Jackson, agora vividos por Gaga e Cooper, respectivamente. “O epicentro do filme é, claro, Lady Gaga. Mas a primeira vez em que vislumbrei meu ‘Nasce uma Estrela’ foi há seis anos, em um show do Metallica. Estava atrás da batera do Lars (Ulrich) e me toquei de que jamais havia visto um filme com números musicais mostrados majoritariamente do palco, vistos da perspectiva de quem está lá”, disse o ator.

De cara lavada e sem as roupas extravagantes, Gaga faz em “Nasce uma Estrela” mais um gesto calculadíssimo para se manter relevante no cenário musical e conseguir seu espaço em Hollywood. A ambição de Gaga só esbarra no egocentrismo de Cooper que, além de dirigir e roteirizar, é também o protagonista da trama, o roqueiro alcoólatra Jack.

Isso não significa que a cantora não se destaque, mas entre todas as quatro versões dessa história, a que chega agora às salas é a que mais dá relevo à figura dele em detrimento da dela. Com suas expressões filmadas à exaustão, é como se Cooper assumisse o posto de diretor apenas para alavancar sua própria indicação ao Oscar.

Perspectiva

O novo “Nasce uma Estrela” é ancorado na perspectiva masculina. É ele quem, após um show, acaba caindo por acaso num bar de drag queens onde a garçonete Ally dá suas palhinhas. Impressionado com o talento da moça, Jack a incentiva e a alça à fama, enquanto ele mesmo sucumbe ao álcool e ao ostracismo. “A fama não é algo natural”, disse Gaga, tateando uma explicação para a prevalência do vício entre os famosos. “Acho que é importante guiar e dar apoio psicológico a artistas que estão começando enquanto eles ascendem, porque tudo muda”, afirmou em setembro, em sua passagem pelo no último Festival de Toronto, onde o longa estreou sob aclamação quase unânime da crítica.

Gaga foi quem incentivou Cooper a cantar. Os dois subiram juntos aos palcos de festivais como o Coachella, na Califórnia, e o de Glastonbury, na Inglaterra, para rodar cenas do filme. Na cidade canadense, a cantora se fez de humilde. “Sou apenas uma ítalo-americana de Nova York que sonhou em atuar e, como não deu certo, seguiu para a música”, disse, deixando de citar que trabalhou como atriz em “American Horror Story”.

Apostas

Filme, trilha sonora, canção original, diretor, atriz, ator e ator coadjuvante (Sam Elliott) são categorias em que “Nasce uma Estrela” lidera as apostas para a temporada de premiações.

 

Bradley Cooper surpreende como cantor

São Paulo. Em sua estreia na direção, o ator Bradley Cooper escolheu um projeto com pouca chance de dar errado. “Nasce uma Estrela” já teve três versões de sucesso no cinema, o que atesta o apelo do roteiro, e veio para ser o primeiro filme protagonizado por Lady Gaga, uma estrela musical de brilho incontestável. Cooper dirigiu um longa redondinho, atraente, que serve perfeitamente como veículo para as pretensões de Gaga em Hollywood. Mas seu principal mérito está na trilha sonora. Não é exagero dizer que se trata do melhor disco que a cantora gravou desde “Born This Way”, de 2011.

Na verdade, a trilha sonora reflete a parceria musical de Cooper e Gaga. Ele também atua como protagonista, no papel do astro roqueiro Jackson Maine. Seu estilo tem um pé na música country. Em algumas canções, lembra muito Bruce Springsteen.

Gaga não é (ainda) uma cantora tão poderosa quanto Streisand, mas tem uma voz estupenda e muito charme, numa interpretação naturalista que cativa a plateia. Os milhões que compram seus discos e baixam suas músicas não devem se decepcionar.

Mas surpresa mesmo é ver (e ouvir) Bradley Cooper. Depois de estourar nas bilheterias na trilogia “Se Beber, Não Case” e receber prêmios e indicações por alguns filmes espertos ao lado de Jennifer Lawrence, ele mostra talento incomum para uma performance roqueira.

Além de se emocionar com o romance na tela, que deve provocar lágrimas em muita gente, o espectador sai do cinema com vontade de ver um show de verdade de Jackson Maine. Quem sabe Cooper não aparece na próxima turnê de Lady Gaga? Seria bom para ela também. (Thales de Menezes)

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