Cinema

'História de um Casamento' e 'Entre Facas e Segredos': destaques nas telas

Adam Driver e Scarlett Johansson brilham em filme da Netflix; já Daniel Craig banca o detetive no longa de mistério que está nos cinemas; corrida para o Oscar está a todo vapor

Por Etienne Jacintho
Publicado em 12 de dezembro de 2019 | 03:01
 
 
 
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O fim de um casamento no cinema, geralmente, é apresentado de forma abrupta, com um rompimento dramático, que se transforma rapidamente em um campo de batalha. Poucos filmes mostram, no entanto, o processo de como a vida comum se desfaz. “História de um Casamento”, de Noah Baumbach, revela o fim do casamento de Nicole (Scarlett Johansson) e Charlie (Adam Driver). Os dois entram nesse com um acordo da separação, mas sem ódio, num processo quase natural – afinal, ninguém se casa pensando em divórcio. Os problemas vêm à tona quando o ex-casal cai na questão legal da guarda do único filho, uma vez que mãe e pai querem morar em cidades diferentes. 

O grande mérito do filme de Baumbach, que está na Netflix desde o último fim de semana, é não escolher lados. Ora o espectador vê razão nas reivindicações de Nicole, ora nas de Charlie. Há um discurso feminista, sim, quando o filme levanta a questão do que é ser a mãe vendida como ideal. Mas não há radicalismos. Assim como também não há exageros na defesa do pai na criação de uma criança. O tempo todo, “História de um Casamento” evoca esse equilíbrio, limpando os adjetivos que as palavras “pai” e “mãe” acumularam ao longo dos anos. Ao fazer essa reflexão, Baumbach faz rir e faz chorar com um filme que dói, justamente por tentar livrar-se dos rótulos e ser mais verdadeiro.

Telona

Enquanto Baumbach busca a realidade, Rian Johnson traz uma trama mirabolante de detetive, celebrando personagens, autores e atrações do gênero. No filme, que entra em cartaz hoje nos cinemas, Daniel Craig é Benoit Blanc, um detetive particular excêntrico, que lembra Hercule Poirot, de Agatha Christie, contratado para desvendar um crime antes mesmo de ele ser descoberto. Em sua comemoração de aniversário, Harlan (Christopher Plummer), um famosíssimo escritor de livros de detetive, morre, e toda a sua família se torna suspeita do crime. A partir de interrogatórios, observações e suposições, o detetive usa a cuidadora do morto, Marta Cabrera (Ana de Armas), como sua “Watson” para desvendar a morte. O filme tem elenco estrelado com Chris Evans, Jamie Lee Curtis, Toni Collette, entre outros.

As duas estreias, na Netflix e no cinema, trazem nomes cotados ao Oscar. Scarlett Johansson e Adam Driver certamente vão disputar estatuetas por atuação. Daniel Craig pode receber sua primeira indicação, assim como Ana de Armas. Tanto Baumbach como Johnson devem estar na lista de roteiro original. Os indicados serão divulgados em 13 de janeiro, e a premiação acontece em 9 de fevereiro.

Veja algumas apostas dos veículos internacionais para o Oscar 2020:

Melhor ator: A categoria deve ser a mais disputada do Oscar, com Adam Driver (“História de um Casamento”), Antonio Banderas (“Dor e Glória”) e o favorito Joaquin Phoenix (“Coringa”) como nomes certos. 

Melhor atriz: Após a batalha entre Glenn Close e Olivia Colman, o Oscar deve contemplar atrizes mais jovens, como Charlize Theron (“O Escândalo”) e Scarlett Johansson (“História de um Casamento”). 

Diversidade: Criticada por falta de diversidade, a Academia deve citar o sul-coreano “O Parasita” (Bong Joon-ho) e o espanhol “Dor e Glória” (Pedro Almodóvar) em categorias além de filme internacional.

Multirracial: A mexicana de origem queniana Lupita Nyong’o, a americana de origem latina Jennifer Lopez, a sino-americana e meio coreana Awkwafina e a chinesa Zhao Shuzhen podem ser indicadas. 

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