Festival de Brasília

Os mineiros em busca do tri

Longas 'Temporada' e 'Luna' e curta 'Plano Controle' representarão o Estado na disputa pelo Candango deste ano

Por Daniel Oliveira
Publicado em 31 de julho de 2018 | 03:00
 
 
 
normal

Depois de “A Cidade Onde Envelheço”, em 2016, e “Arábia”, em 2017, o cinema mineiro volta ao Festival de Brasília com dois candidatos na disputa pelo tricampeonato na 51ª edição do evento. “Temporada”, de André Novais Oliveira, e “Luna”, de Cris Azzi, estão entre os nove longas anunciados nesta segunda-feira (30) na competição pelo Candango de melhor filme, que começa em 14 de setembro (veja a lista completa no box). “O mais importante é a felicidade de estrear em um festival com uma história que a gente admira muito”, argumenta Oliveira, sobre a responsabilidade de representar o cinema mineiro no Planalto. 

Antes de chegar a Brasília, porém, “Temporada” – seu segundo longa, protagonizado por Grace Passô, que vive uma agente de saúde que vai de Itaúna a Contagem para trabalhar no combate a endemias – será exibido no Festival de Locarno, na Suíça. O elenco conta também com a família do diretor – presente em seus filmes desde “Ela Volta na Quinta” – e a atriz Rejane Faria. “É uma grande mistura de estilos de atuação: atores de teatro com muita e pouca experiência em cinema, atores não profissionais com e sem experiência também. Foi muito interessante juntar todo mundo”, explica o cineasta sobre a produção, que será distribuída pela Vitrine, em 2019.

Já Cris Azzi fará sua estreia em Brasília com “Luna”, seu primeiro longa solo de ficção, sobre a amizade das adolescentes Luana (Eduarda Fernandes) e Emilia (Ana Clara Ligeiro), que é estremecida após o vazamento de uma foto da primeira. “Brasília é o festival com a plateia e o entorno mais exigentes no Brasil. O que aumenta muito a responsabilidade, especialmente porque é um filme sobre o universo feminino, e eu sou um homem, num momento em que o lugar de fala é muito presente. Vamos colocar à prova todas as questões e a própria realização do longa”, reconhece Azzi. 

O elenco de “Luna” – que será lançado pela Cineart em 2019 – conta também com Lira Ribas e Paulo André, veteranos do teatro mineiro. “O filme tem muito o dedo da fotografia, da direção de arte na criação. As próprias atrizes são cocriadoras. Elas não foram para o set falar um texto e parar na marca, mas transformaram a obra, na medida em que eram mulheres, jovens, dessa geração que eu quis retratar”, afirma o diretor. 

Mulheres. Minas estará presente ainda na competitiva de curtas, com a cineasta Juliana Antunes (“Baronesa”) e seu “Plano Controle”. O sci-fi acompanha uma protagonista, vivida pela atriz Marcela Santos, cuja operadora de celular começa a oferecer um serviço de teletransporte. “Ela escolhe Nova York e, quando se teletransporta, percebe que chegou ao bairro Nova York, em Belo Horizonte, pois seu plano controle só cobria Minas Gerais”, adianta Juliana.

Além dos mineiros, o destaque da seleção é a presença feminina. Dos nove longas da competitiva, apenas três (“Temporada”, “Luna” e “New Life S.A.”) não têm mulheres na direção. E dos 12 curtas, sete são comandados por diretoras. Na distribuição por Estados, São Paulo teve a maior presença, com três longas e três curtas – seguido por Minas (dois longas e um curta), Rio e Pernambuco (ambos com um longa e três curtas).

 

Competitiva

 

Longas

“Bixa Travesty”, Claudia Priscilla e Kiko Goifman (SP)

“Bloqueio”, Quentin Delaroche e Victória Álvares (PE)

“Ilha”, Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA)

“Los Silencios”, Beatriz Seigner (SP/COL/FRA)

“Luna”, de Cris Azzi (MG)

“New Life S.A.”, André Carvalheira (DF)

“A Sombra do Pai”, Gabriela Amaral Almeida (SP)

“Temporada”, André Novais Oliveira (MG)

“Torre Das Donzelas”, Susanna Lira (RJ)

 

Curtas

“Aulas que Matei”, Amanda Devulsky e Pedro B. Garcia (DF)

“Boca de Loba”, Bárbara Cabeça (CE)

“Br3”, Bruno Ribeiro (RJ)

“Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados”, Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo e Pedro Maia de Brito (PE/MG)

“Eu, Minha Mãe e Wallace”, Irmãos Carvalho (SP/RJ)

“Guaxuma”, Nara Normande (PE)

“Kairo”, Fabio Rodrigo (SP)

“Liberdade”, Pedro Nishi e Vinicius Silva (SP)

“Mesmo com Tanta Agonia”, Alice Andrade Drummond (SP)

“Plano Controle”, Juliana Antunes (MG)

“Reforma”, Fábio Leal (PE)

“Sempre Verei Cores no seu Cinza”, Anabela Roque (RJ)

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!