Projetos

Registros da história em livros e bar 

Além da inauguração do Bar Museu Clube da Esquina, Toninho Horta e Bituca lançam primeiros songbooks

Por LUCAS SIMÕES
Publicado em 30 de novembro de 2015 | 04:00
 
 
 
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Há alguns anos, a esposa de Marcio Borges, Cláudia Brandão, ao lado do marido e de Milton Nascimento, encabeçou a criação do Museu do Clube da Esquina – em uma clara necessidade de demarcar fisicamente a importância histórica do principal movimento musical de Minas Gerais. Apesar de ainda não ter saído do papel, o projeto deverá começar a ganhar corpo com a inauguração do Bar Museu Clube da Esquina, aberto ao público a partir desta terça, com a presença de Wilson Lopes, Beto Lopes, Márcio Borges, Rodrigo Borges e Tavinho Moura. O empreendimento marca apenas uma das novidades da turma. Junto a ele, os primeiros e inéditos songbooks de Milton Nascimento e Toninho Horta, prestes a serem lançados, vão engrossar a fila de registros históricos que o Clube da Esquina merece.

Sob direção de duas empresárias de Belo Horizonte, o Bar Museu Clube da Esquina vai funcionar no mesmo local onde o Godofredo Bar foi idealizado por Gabriel Guedes, filho de Beto Guedes. “O Gabriel já queria passar o bar para frente por conta da filial no Rio de Janeiro, que está indo muito bem. Nossa surpresa foi que os novos donos quiseram fazer uma homenagem ao Clube da Esquina, e topamos, claro”, elucida Marcio.

Por isso, a decoração vai conter fotos, textos e até discos do Clube da Esquina; e os pratos e drinks foram todos preparados para homenagear as canções da turma. Assim, o consumidor poderá tomar a caipivodka “Nada Será Como Antes”, enquanto saboreia o risoto “Um Gosto de Sol” e pedir, para a sobremesa, queijo com goiabada rotulados como “Paula e Bebeto”.

Nesse clima, a ideia é que o bar também sirva prioritariamente a encontros musicais dos próprios membros do Clube da Esquina, além de convidados para canjas temáticas. “Queremos fazer o dia do blues, o dia dos Beatles, convidar gente nova como Vitor Santana e Thiago Delegado, por exemplo, para expor repertório autoral. E, além disso, ter um ponto para que turistas e gente interessada possa marcar presença perto do Clube da Esquina”, destaca Marcio.

SONGBOOKS. Outra pérola para os admiradores do Clube da Esquina são os registros das obras de Bituca e Toninho Horta em songbooks. Em “namoro” com Milton Nascimento por dois anos, o produtor e pesquisador Barral Lima conseguiu o aval do cantor apenas neste ano para reunir suas canções no registro inédito. Para isso, ele teve ajuda do guitarrista de Bituca, Wilson Lopes, que levantou um apanhado de 53 partituras e cifras em arranjos originais. “Por ele ter uma obra muito extensa, não conseguiríamos encaixar tudo. Selecionamos alguns dos maiores clássicos e outras lado B, como ‘Tarde’, uma música que não tocou no rádio, mas tem uma harmonia muito complexa. Músicas dos discos ‘Pietá’ (2002) e “Crooner” (1999) também não tocaram muito”, diz Barral.

Tentando produzir o songbook de Toninho Horta há algum tempo, Barral Lima já está de olho para tentar fazer o segundo volume do músico, uma vez que o primeiro está no forno, pronto para ser lançado ainda em dezembro. Intitulada “102 Partituras de Toninho Horta”, a publicação de 300 páginas reúne um acervo inédito das cobiçadas melodias de um dos mais influentes guitarristas do século XX. Além disso, o músico ainda prepara para lançar o “Livrão da Música Brasileira”, fazendo uma reunião de mais de 700 compositores pouco conhecidos. “Estou nessa fase de trabalhar as publicações e fazer registros. A gente passa muito tempo tocando e compondo e esquece de deixar isso para os outros”, brinca Toninho.

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