“Tempo de Amar”

Romeu & Julieta do século XX

Apontada como um “folhetim clássico pelo autor Alcides Nogueira, novela tem dois estreantes como protagonistas

Por Renato Lombardi
Publicado em 24 de setembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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RIO DE JANEIRO. Estreia na próxima terça-feira (26), na Globo, “Tempo de Amar”, a nova novela das seis. Ao contrário de “Novo Mundo” – sua antecessora que despede-se nesta segunda-feira (25) da TV e que apostou em ação e aventura – , o novo folhetim trará um enredo água com açúcar ao retratar o amor de dois jovens que vão enfrentar suas famílias e a distância para ficarem juntos, no estilo Romeu & Julieta. “É um clássico folhetim, uma novela de amor com muitas reviravoltas. São amores danosos, culpados, plenos e sofridos. Mas sempre o amor é o motor da história”, afirma Alcides Nogueira, autor da trama. Jayme Monjardim assina a direção artística do novo folhetim.

A história se passa no ano 1927, em Portugal, na fictícia Morros Verdes. É lá que vive Maria Vitória, uma jovem rica interpretada pela atriz Vitória Strada, estreante em novelas. Ela se apaixona pelo humilde camponês Inácio, primeiro personagem de Bruno Cabrerizo em novelas. A diferença de classe social entre eles torna-se um empecilho para o relacionamento dos dois.

Mas o destino traz Inácio ao Brasil a trabalho. E logo após a partida do amado, a jovem descobre que está grávida e é obrigada pelo pai, o poderoso José Augusto (Tony Ramos), a ficar em um convento até o nascimento do bebê, que será entregue a adoção. Desesperada, Maria Vitória foge do pai e vem para o Brasil atrás de Inácio, para que juntos eles possam encontrar a filha e viverem juntos. Inácio, por sua vez, é pego numa emboscada e é dado como morto. Em meio a tantos desencontros da vida, o casal encontra diferentes personagens que vão acabar atrapalhando o amor deles.

“A história é toda centralizada no romance de dois jovens que se encontram e se apaixonam, mas que o destino faz com que se separem. Além de falar de amor, a novela é feita com muito amor também. E nós estamos vivendo um momento em que é muito importante falar do amor, de esperança. A história é um Romeu & Julieta dos anos 20”, explica Monjardim.

Criação rígida. “Tempo de Amar” marca o retorno de Tony Ramos às novelas. Na trama, ele vive o viúvo José Augusto, que criou Maria Vitória com a ajuda da governanta Delfina (Letícia Sabatella). “Ele criou a filha querendo que ela tenha mais liberdade, algo que ele não teve. As asas dele eram muito seguras, não cortadas. Mas ele nasceu no século XIX, e a filha, no século XX”, explica o ator.

Porém, a notícia da gravidez da jovem vai mostrar o lado rígido do pai. “Às vezes, as pessoas falam: ‘Nossa, mas um pai tratava uma filha assim?’. Sim. Eu nunca tratei um filho meu assim, mas os tempos mudaram. Hoje, felizmente, temos menos tabus e uma discussão mais plural”, conta Tony, que rechaça a ideia de que seu personagem seja um vilão.

Para Vitória Strada, sua personagem foge um pouco dos padrões sociais da época na qual a história se passa. “Se a gente for observar com os olhares de hoje, é normal uma menina ir lá conversar com um rapaz, ir atrás dos sonhos. Naquela época, Maria Vitória puxar assunto com o Inácio era um espanto”, diz a estreante. “Às vezes, pensamos que o pai é duro demais, mas não é. A gente vê desde o começo da história o bom relacionamento que filha e pai têm”, defende a jovem atriz.

Vilão. Além de José Augusto, o casal Maria Vitória e Inácio terão que enfrentar as armações de Fernão, personagem de Jayme Matarazzo. “Fernão vai trabalhar com a rejeição. Ele faz parte daquela história de amor que não dá certo e não se conforma de ser rejeitado. Eu prefiro deixar para o público julgar se ele é vilão, porque as vilanias que ele pratica são baseadas no amor”, afirma.

Na história, Fernão é um médico recém-formado, de família rica, e que desde a infância sonha em se casar com Maria Vitória. “Pouco antes do pedido de casamento, Maria Vitória revela sua paixão por Inácio. E por isso o Fernão vai fazer de tudo para impedir que eles fiquem juntos”, pontua Matarazzo.

História real. Alcides Nogueira escreve o folhetim, mas a ideia original não é dele. “Tempo de Amar” parte de uma história contada por Rubem Fonseca, que teria acontecido com seus avós. Não por acaso, Nogueira escreve em parceria de Bia Corrêa do Lago, filha de Fonseca.

Quem é quem

Delfina – Letícia Sabatella
Henriqueta – Nívea Maria
Lucinda – Andreia Horta
Celeste – Marisa Orth
Eunice – Lucy Alves
Bernardo – Nelson Freitas
Alzira – Deborah Evelyn
Vicente – Bruno Ferrari
Madame Lucerne – Regina Duarte


Atriz está empolgada com estreia na TV

Aos 20 anos, Vitória Strada encara o desafio de viver sua primeira personagem. Logo de cara, ela ganhou o papel de protagonista, que conquistou após participar de teste de elenco. “O meu foco sempre foi trabalhar como atriz. Mas acredito que vou me acostumar com o fato de me tornar conhecida a medida que as coisas forem acontecendo”, conta a atriz, que já trabalhou como modelo e participou dos filmes “Real Beleza” (2015) e “O Filme da Minha Vida” (2017). Para o diretor Jayme Monjardim, a escolha de Vitória e de Bruno Cabrerizo para protagonizarem “Tempo de Amar” é uma estratégia para não repetir rostos conhecidos. “Acho legal trazer um casal protagonista jovem”, diz.

O repórter viajou a convite da TV Globo

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