Projeto

Rua dedicada à literatura

Desejo antigo de livreiros da Savassi, local pode se transformar em reduto literário durante as manhãs de sábado

Por Laura Maria
Publicado em 26 de fevereiro de 2017 | 03:00
 
 
 
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“Que coincidência! Estava justamente escrevendo sobre a Rua Literária!”. É assim, em um tom que mistura surpresa e animação, que escritor Afonso Borges falar sobre o projeto de transformar a rua Fernandes Tourinho, na Savassi, em um espaço dedicado à literatura. O produtor cultural, à frente do Sempre um Papo, lançou luz sobre uma ideia que já corre antiga na veia dos livreiros da rua: fechar dois quarteirões da via, entre as avenidas Getúlio Vargas e Cristóvão Colombo, aos sábados pela manhã, para que as pessoas circulem mais livremente entre as três livrarias que existem lá, a Ouvidor, a Scriptum e a Quixote.

“Estou aqui fazendo um abaixo-assinado para levar a ideia da Rua Literária a cabo”, conta Borges, ainda mais empolgado, explicando que encaminhará o documento à prefeitura assim que conseguir um número consistente de assinaturas.

Mas apoio é o que não falta para o projeto ser concretizado. Contactadas pela reportagem, as três livrarias se mostraram favoráveis ao prosseguimento do projeto de transformar a Fernandes Tourinho em Rua Literária. No local, já existe um movimento intenso aos sábados pela manhã, por causa dos constantes lançamentos de livros.

Protagonismo. De acordo com Simone Pessoa, livreira da Ouvidor, o espaço foi protagonista no movimento de dar vida à rua no último dia da semana. “A gente já promove, há bastante tempo, lançamentos de livros aos sábados. Nesses eventos, também ocorrem oficinas de literatura para crianças e feira de livros mais baratos. Também contratamos um DJ para apresentar músicas para as pessoas que vêm aqui”, diz.

Simone ainda diz que a livraria apoia a ideia do abaixo-assinado, e que esta não seria a primeira vez que tentam apoio da Prefeitura. “Mas as iniciativas são sempre bloqueadas”, conta.

A reclamação, aliás, é compartilhada pelo gerente da livraria Scriptum, Silvano Moreira. “Já tentamos, junto aos órgãos competentes, fechar a rua para eventos, como lançamentos de livros. Porém, sempre encontramos uma enorme burocracia e nunca conseguimos”, relata.

Apoio. Em meio às inúmeras recusas, talvez o poder público possa, finalmente, dar atenção às pautas dos livreiros. Alencar Perdigão, à frente da livraria Quixote, comenta sobre o interesse de um vereador em dar prosseguimento ao projeto. “O Gabriel Azevedo marcou uma reunião para o fim do mês. É muito importante transformar a rua em literária, e fazer do livro um grande protagonista”, comenta.

O vereador Gabriel Azevedo (PHS) afirma que, para dar prosseguimento ao projeto, primeiro conversará com as pessoas da região. “Depois, discuto o Plano Diretor da cidade e atuo junto aos órgãos competentes, como a Fundação Municipal de Cultura”, relata. 

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