Literatura

Zuenir Ventura vira favorito 

Escritor mineiro é tido como nome mais forte para assumir a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras


Publicado em 30 de outubro de 2014 | 04:00
 
 
 
normal

Rio de Janeiro. Os membros da Academia Brasileira de Letras (ABL) reúnem-se nesta quinta para escolher um novo imortal pela terceira vez no mês de outubro. Os acadêmicos elegem agora o ocupante da cadeira número 32, vaga desde a morte do escritor paraibano Ariano Suassuna, em julho.

O jornalista e escritor mineiro Zuenir Ventura, 83, é tido como favorito pelos acadêmicos, em uma eleição que se diferencia das duas anteriores por ter mais dois candidatos conhecidos: os poetas Olga Savary, 80, e Thiago de Mello, 88. A presença dos concorrentes, contudo, não deve afetar o resultado final.

Zuenir preferiu não comentar a disputa. “Digo apenas que tenho esperança de ser eleito. Seria uma grande alegria ser escolhido pelos meus pares para essa instituição cultural tão importante que é a Academia”, diz.

A eleição se insere no contexto de um acordo informal entre os acadêmicos, em que o escritor mineiro abriu mão de se candidatar à vaga de João Ubaldo Ribeiro, ocupada pelo historiador Evaldo Cabral de Mello desde a última quinta-feira (23).

Zuenir Ventura é jornalista e já trabalhou na revista “Veja” e no “Jornal do Brasil”. Como repórter, recebeu os prêmios Esso e Jabuti pelo livro-reportagem “Cidade Partida” (Companhia das Letras), de 1994, sobre a criminalidade no Rio de Janeiro.

O escritor também é conhecido por “1968 – O Ano que Não Terminou” (Objetiva), lançado em 1988.

Sem campanha. Tanto Olga Savary quanto Thiago de Mello não fizeram campanha pela vaga na ABL. Eles dizem que suas obras falam por si só.

O amazonense Thiago de Mello é um dos maiores poetas brasileiros vivos. Sua obra já foi traduzida para mais de 30 idiomas – a mais famosa é a coletânea “Os Estatutos do Homem”, de 1977.

Ele diz que foi o primeiro a se candidatar à vaga de Suassuna, mas afirma não ter cumprido os rituais da campanha, que incluem visitas aos imortais e participação em eventos da academia. “Não é do meu feitio”, diz.

De acordo com um acadêmico que pediu anonimato, Thiago de Mello tem prestígio, mas está muito afastado, e a Academia não gosta de eleger quem não participa. Na versão deste imortal, isso “esvazia a instituição”.

Olga Savary lamenta que a seleção dos imortais não dependa apenas de suas obras e diz que não teria tempo de cumprir as exigências.

A poeta paraense é autora de 20 livros. Em 1971, recebeu o prêmio Jabuti na categoria autor revelação pelos poemas de “Espelho Provisório”, lançado em 1970.

Também concorre o candidato John Müller, que não foi encontrado pela reportagem. A Academia não forneceu informações sobre sua obra.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!