Literatura

Ruy Castro e Heloisa Seixas participam do Sempre um Papo em BH

Autores são os convidados do bate-papo que acontece nesta terça-feira (16) no auditório da Cemig

Por Etienne Jacintho
Publicado em 15 de outubro de 2018 | 15:25
 
 
 
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Um escritor que trava uma batalha entre a vida e a morte para criar uma obra com um desfecho inesquecível é o personagem principal do livro “Agora e na Hora” (Cia. das Letras), de Heloisa Seixas. A autora, de 66 anos, fala sobre esse romance que levou mais de dez anos para ficar pronto no projeto Sempre um Papo nesta terça-feira (16), às 19h30, no auditório da Cemig. Ao lado dela estará Ruy Castro, 70, que lança dois livros com coletâneas de crônicas e artigos publicados em jornais ao longo de sua carreira - “A Arte de Querer Bem” (Estação Brasil) e “Trêfego e Peralta: 50 Textos Deliciosamente Incorretos” (Cia. das Letras). 

As duas coletâneas que Castro apresenta ao público representam dois extremos. “A Arte de Querer Bem” reúne crônicas publicadas no jornal “Folha de S. Paulo”. “É só crônica benigna”, conta o autor. “Coisas bonitas e positivas que fazem você se sentir bem e que reforça a fé no ser humano”, complementa Castro. Por outro lado, “Trêfego e Peralta: 50 Textos Deliciosamente Incorretos” traz escritos que saíram em jornais diversos e tratam de assuntos mais desagradáveis. Um deles foi publicado no jornal “O Estado de São Paulo” e fala sobre cocô. “Imagine um jornal conservador publicar algo sobre cocô”, diverte-se . 

Já Heloisa Seixas fala de uma ficção que, por algumas vezes, tornou-se real demais e, por esse motivo, demorou muito tempo para ser concluída. “Agora e na Hora” acompanha a trajetória de um escritor que, em meio à sua frustração, decide criar uma obra com um desfecho dramático para conquistar reconhecimento: ele se matará sobre seus originais. 

“Todos os livros têm uma biografia. São histórias diferentes que partem de algo que eu vi, senti ou ouvi”, diz Heloisa. “Esse livro é diferente. Comecei a escrever em 2004 e ele só saiu no ano passado”, explica. A escritora conta que iniciou outros trabalhos antes de concluir o livro e começou a achar que iria morrer após sua conclusão. Claro que, racionalmente, isso parece absurdo, no entanto, há uma história por trás desse temor. 

Heloisa baseou “Agora e na Hora” em um escritor que conheceu no Rio de Janeiro. Ele tinha uma relação muito visceral com suas obras. Depois, seu personagem criou uma vida própria e pouco sobrou daquela primeira inspiração. Na obra, o personagem suicida descobre que, por causa de um câncer no pulmão, tem poucos meses de vida. Ele começa, então, um questionamento sobre vida e morte, pois quer ser dono do seu destino. Na vida real, Heloisa descobre que o escritor que a inspirou morrera de câncer no pulmão. Este aspecto um pouco sobrenatural fez a autora questionar os rumos de sua obra. “Decidi tomar as rédeas novamente”, lembra a escritora. “Nessa batalha entre escritor e livro, eu tinha de vencer”, conclui. 

Agenda

O quê. Sempre um Papo, com Ruy Castro e Heloisa Seixas
Quando. Nesta terça-feira, dia 16, às 19h30
Onde. Auditório da Cemig (rua Alvarenga Peixoto, 1.200, Santo Agostinho)
Quanto. Entrada gratuita

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