Casa da Filarmônica

Sala Minas Gerais, em BH, vai ser gerida pelo SESI Minas por cinco anos

Acordo com governo de Minas visa aumentar movimentação no local, que estaria subutilizado

Por Bruno Daniel
Publicado em 05 de abril de 2024 | 14:28
 
 
 
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A Sala Minas Gerais, no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, vai ser administrada pelo SESI Minas pelos próximos cinco anos, a partir de abril deste ano. O Acordo de Cooperação Técnica para Gestão Compartilhada da Sala Minas Gerais e do Espaço Mineiraria foi assinado nesta sexta-feira (5), com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A iniciativa tem o objetivo de aumentar a movimentação dos dois locais, que segundo o Governo de Minas, está 'subutilizado'. 

O prédio que sedia a Sala Minas Gerais foi construído em 2015 e tem um custo anual de R$ 4,5 milhões. Mas atualmente, o local, que era gerido pela Filarmônica de Minas Gerais e considerada “a casa da Orquestra”, só tem apresentações de quinta a domingo. Além disso,  a temporada de apresentações começa apenas em março, o que, conforme o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flavio Roscoe, estaria trazendo dificuldades de gestão para a Filarmônica. 

 

"Aquilo que é ocioso não consegue se manter. Quem vai montar uma estrutura aqui para ter apenas três horas de espetáculo por semana? Este prédio tem que estar vivo, ocupado, borbulhando o dia inteiro. O prédio é magnífico, mas infelizmente está subutilizado. Vamos manter a potencialidade da Orquestra e manter o espaço vivo da cultura de Minas Gerais", declarou Roscoe.

A partir de junho, quando o SESI Minas passa a coadministrar o local, parte dos custos de manutenção vão ser assumidos pela entidade.  

 

Mais eventos e cursos 

 

Para ampliar a utilização do espaço, a ideia é que a Sala Minas Gerais passe a receber grandes produções musicais, nacionais e internacionais, além de espetáculos, eventos corporativos e empresariais. Para o espaço externo, a ideia é promover festivais de música, gastronomia, literatura, teatro e empreendedorismo. 

 

O secretário de estado de Culturae Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, acredita que, com o acordo, o espaço tem potencial para se tornar um 'novo Palácio das Artes'. "Eu vejo aqui capacidade de receber exposições. E podemos dinamizar com novos usos. O Palácio das Artes é o coração da cultura, mas ele também se abre para outras áreas, como encontro de gestores. Acredito que ganhamos um espaço muito importante, integrado, que é a Sala Minas Gerais", considera. 

De acordo com a Fiemg, ainda não há eventos agendados. A instituição aguardava a assinatura do acordo para começar o planejamento da agenda cultural no espaço. 

 

Gastronomia e mineiridade 

 

Outro local que está incluído no acordo é o espaço Mineiraria, que deve ser voltado para a gastronomia. Uma das ideias é implantar uma escola de gastronomia do SENAI, além de promover eventos para chefs fazerem exposição dos seus trabalhos. Há ainda a proposta de valorizar os produtos e a gastronomia mineira, como explica o presidente da Codemig, Thiago Toscano. 

 

“Nós somos o maior exportador de café. Por que não trazer eventos relacionados ao café para cá? Estamos com uma agenda para promover Minas Gerais para fora a partir dos nossos produtos: o vinho, a cachaça, o queijo, que se Deus quiser vai ser patrimônio mundial. E aqui a gente tem o espaço para poder produzir novos chefs, novos atores que vão dar uma dimensão maior para os produtos mineiros saindo daqui para o mundo inteiro”, pontua. 

 

Os espaços contemplados no acordo são a Sala Minas Gerais, a Mineiraria e os três pavimentos de estacionamento no local. Os espaços continuam sendo propriedade do Governo de Minas, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). O SESI Minas vai fazer a exploração comercial do espaço. Haverá uma transição de gestão entre o SESI e a Filarmônica até junho, quando a instituição ligada à Fiemg começa efetivamente a participar da administração.

 

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