A Sala Minas Gerais, no Barro Preto, região Centro-Sul de Belo Horizonte, vai ser administrada pelo SESI Minas pelos próximos cinco anos, a partir de abril deste ano. O Acordo de Cooperação Técnica para Gestão Compartilhada da Sala Minas Gerais e do Espaço Mineiraria foi assinado nesta sexta-feira (5), com a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A iniciativa tem o objetivo de aumentar a movimentação dos dois locais, que segundo o Governo de Minas, está 'subutilizado'.
O prédio que sedia a Sala Minas Gerais foi construído em 2015 e tem um custo anual de R$ 4,5 milhões. Mas atualmente, o local, que era gerido pela Filarmônica de Minas Gerais e considerada “a casa da Orquestra”, só tem apresentações de quinta a domingo. Além disso, a temporada de apresentações começa apenas em março, o que, conforme o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flavio Roscoe, estaria trazendo dificuldades de gestão para a Filarmônica.
"Aquilo que é ocioso não consegue se manter. Quem vai montar uma estrutura aqui para ter apenas três horas de espetáculo por semana? Este prédio tem que estar vivo, ocupado, borbulhando o dia inteiro. O prédio é magnífico, mas infelizmente está subutilizado. Vamos manter a potencialidade da Orquestra e manter o espaço vivo da cultura de Minas Gerais", declarou Roscoe.
A partir de junho, quando o SESI Minas passa a coadministrar o local, parte dos custos de manutenção vão ser assumidos pela entidade.
Para ampliar a utilização do espaço, a ideia é que a Sala Minas Gerais passe a receber grandes produções musicais, nacionais e internacionais, além de espetáculos, eventos corporativos e empresariais. Para o espaço externo, a ideia é promover festivais de música, gastronomia, literatura, teatro e empreendedorismo.
O secretário de estado de Culturae Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, acredita que, com o acordo, o espaço tem potencial para se tornar um 'novo Palácio das Artes'. "Eu vejo aqui capacidade de receber exposições. E podemos dinamizar com novos usos. O Palácio das Artes é o coração da cultura, mas ele também se abre para outras áreas, como encontro de gestores. Acredito que ganhamos um espaço muito importante, integrado, que é a Sala Minas Gerais", considera.
De acordo com a Fiemg, ainda não há eventos agendados. A instituição aguardava a assinatura do acordo para começar o planejamento da agenda cultural no espaço.
Outro local que está incluído no acordo é o espaço Mineiraria, que deve ser voltado para a gastronomia. Uma das ideias é implantar uma escola de gastronomia do SENAI, além de promover eventos para chefs fazerem exposição dos seus trabalhos. Há ainda a proposta de valorizar os produtos e a gastronomia mineira, como explica o presidente da Codemig, Thiago Toscano.
“Nós somos o maior exportador de café. Por que não trazer eventos relacionados ao café para cá? Estamos com uma agenda para promover Minas Gerais para fora a partir dos nossos produtos: o vinho, a cachaça, o queijo, que se Deus quiser vai ser patrimônio mundial. E aqui a gente tem o espaço para poder produzir novos chefs, novos atores que vão dar uma dimensão maior para os produtos mineiros saindo daqui para o mundo inteiro”, pontua.
Os espaços contemplados no acordo são a Sala Minas Gerais, a Mineiraria e os três pavimentos de estacionamento no local. Os espaços continuam sendo propriedade do Governo de Minas, por meio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). O SESI Minas vai fazer a exploração comercial do espaço. Haverá uma transição de gestão entre o SESI e a Filarmônica até junho, quando a instituição ligada à Fiemg começa efetivamente a participar da administração.