Balanço

Virada Cultural atraiu público superior a meio milhão de pessoas

Segundo prefeitura, 45 toneladas de lixo foram recolhidas durante o evento; PM ainda não informou número de ocorrências

Por Rafael Rocha
Publicado em 23 de julho de 2019 | 18:27
 
 
 
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Passados dois dias do evento, enfim a prefeitura divulgou o balanço da Virada Cultural. Segundo a organização, 520 mil pessoas compareceram às atrações culturais, público um pouco menor do que a edição de 2016, que contou com 580 mil.

Ao longo de 26 horas, 3.100 artistas de 446 atrações se dividiram em 25 espaços distribuídos em várias ruas do hipercentro, que esteve fechado durante o sábado (20) e domingo (21).

Informações sobre ocorrências policiais, números de atendidos pelas equipes do Samu e balanço de apreensões realizadas pelas equipes de fiscalização ainda não foram divulgados pela prefeitura.

Para Juca Ferreira, secretário de cultura da capital, o saldo da Virada foi positivo. “Os belo-horizontinos sabem e gostam de fazer festa. Senti a cidade feliz naquelas horas da Virada”, disse. 

Tanta gente frequentando as atrações culturais também foi motivo de celebração para a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin. “A realização de uma ampla programação, totalmente gratuita, no centro de Belo Horizonte, trazendo diferentes perfis de público, mostra a pluralidade da Virada Cultural e vem ao encontro de uma política pública de democratização e de acesso à cultura na capital", avaliou.

Conforme dados do Instituto Periférico, entidade que atuou na organização da Virada, 2,4 mil profissionais trabalharam no evento, que custou ao todo R$ 2,5 milhões, a imensa maioria oriunda dos cofres municipais.

Ainda segundo o balanço, o número de ocorrências realizadas pela Guarda Municipal foi baixo. Conforme a Guarda, 24 ocorrências foram feitas, 67% delas relacionadas à segurança pública e mobilidade. A Polícia Militar ainda não divulgou o número de registros.

As equipes da SLU trabalharam bastante, e recolheram 45 toneladas de lixo. Para a lavação pós-evento foram necessários 100 mil litros de água.

A Virada Cultural teve em 2019 sua quinta edição. O evento ficou dois anos sem acontecer devido a falta de verba, segundo alegação da Secretaria Municipal de Cultura.

Dois momentos fugiram da normalidade das atividades. Uma performance do grupo Academia TransLiterária chamada "Coroação da Nossa Senhora das Travestis", prevista para acontecer no sábado (20), foi cancelada pela prefeitura, após pressão da Arquidiocese de Belo Horizonte e um abaixo-assinado, que considerou a atração ofensiva.

No domingo (21), os músicos do grupo baiano Àttøøxxá passaram por um contratempo no hotel onde estavam hospedados e divulgaram um reclame nas redes sociais. Quadros com imagens escravagistas que remetiam a obras de Jean-Baptiste Debret (1768 - 1848) foram considerados racistas pelos músicos.

Debret foi um pintor francês que veio ao Brasil em 1806 e realizou viagens para várias cidades do país retratando célebres pinturas de tipos humanos, costumes e paisagens locais da época.

Na segunda-feira o hotel publicou nota lamentando que os hóspedes tenham se ofendido.

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