Por uma década, Sérgio Felipe de Oliveira, clínico geral e mestre em ciências, trabalhou no Departamento de Neurologia e Neurocirurgia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no setor de cuidados integrativos, acompanhando pacientes com esclerose lateral amiotrófica, uma doença da qual a medicina não conhece a cura – uma situação dramática.
“Eu me reunia com os pacientes na sala de espera para uma conversa. Eles estavam em situação muito comprometida do ponto de vista motor e sem perspectivas de cura. Muitos pacientes só movimentavam os olhos, já estavam no final da existência. No entanto, eu estranhava, pois eles estavam sorrindo. Eu pensava: gente do céu, a felicidade nasce mesmo numa condição de extrema precariedade e perda de todos os movimentos. O que vou conversar com eles?”, relembra o médico.
Ele conta que os pacientes tinham muita força de alma. “Aí pensei em trabalhar exatamente com essa força da alma, extraindo inspiração do Sermão da Montanha, contemplando todas as virtudes que cercam o amor como o tecido primordial da alma. E nós tivemos conversas impactantes”.
Desses diálogos nasceu seu novo livro, “Sete Passos para a Felicidade – Baseado em Valores da Alma”. “Escrevi esse livro quase que para mim mesmo, como se fosse para o meu coração, e estou compartilhando-o com o público”, diz Oliveira.
O médico comenta que, no livro, faz “uma análise da felicidade alcançada a partir dos valores da alma, que são coisas profundas que não dependem dos fatos que nos cercam”. "São reflexões para que possamos abrilhantar a mente, encontrar caminhos e soluções na direção da felicidade, a felicidade como plenitude”.
Em seus atendimentos, a prece entra como elemento importante. “No momento da prece, entramos em sincronicidade com Deus e com tudo aquilo que a vida manifesta a partir da força divina. É a sincronicidade com a natureza. A prece do pai-nosso, por exemplo, começa dizendo que Ele está no céu. O céu de Jesus era o céu dos pescadores que se preocupavam se iria chover ou não; o céu é onde pairam as nuvens; é o céu que a gente respira”, observa.
E emenda: “A prece começa com esta inspiração profunda na qual, por meio da respiração, absorvemos o ato divino da criação e entramos em meditação profunda, compartilhando com a natureza as forças divinas, trazendo-as para as nossas células e a nossa vida, calibrando nossa existência com as forças harmoniosas da natureza, representação da luz divina. A prece é fundamental para sustentação desse equilíbrio, para o encontro da pessoa com o universo. Seu papel é alimentar a esperança de que não estamos sós, mas abraçados por essa força divina”.
Oliveira destaca que estamos adoecidos porque nos afastamos da nossa essência. “Estamos olhando muito para o relógio e deixamos de olhar as estrelas e, assim, não percebemos nossa destinação. Jesus dizia: ‘Vós sois deuses’. Ele queria nos lembrar da potência que guardamos dentro de nós. Quando adoecemos, passamos por uma experiência em que a natureza nos convida ao encontro dessa essência interior. A doença nos explica por ela mesma. É a natureza reagindo e cavando profundamente dentro de nós possibilidades mais luminosas”.
O autor conclui dizendo que “aquele que segue uma trilha, um caminho repleto de obstáculos, adquire força interna por estar em sua rota da vida”. Nesse sentido, para ele, a felicidade não necessariamente está condicionada à ausência de sofrimento. “São dois territórios paralelos, mas é importante encontrar um sentido no sofrimento, entendendo que a vida traz desafios para nos fazer crescer e, com fé, fazer brilhar nossa melhor parte”.
Pineal e a conexão com o continuum
O médico Sérgio Felipe de Oliveira desenvolveu um estudo sobre a glândula pineal. “A natureza é como uma grande orquestra que precisa de um maestro para afinar os ‘instrumentos’. Os seres humanos têm a glândula pineal, que recebe o oxigênio que respiramos, o prana, a energia vital. Quando respiramos em conexão com nossa consciência profunda, que é a respiração ayurveda, dos hindus, restauramos nossa energia vital. A pineal tem um papel nesse processo da meditação e da respiração que os hindus nos ensinaram”.
E finaliza: “Tem o céu de outra dimensão, que é o mundo espiritual, região do espaço astrofísico onde a vida continua, em que a pineal se conecta por meio da percepção do continuum, da inter-relação com o mundo espiritual, com os seres estelares e cósmicos, nos trazendo inspiração para continuarmos a vida luminosa nas trilhas de nossa existência”. (AED)
“Sete Passos para a Felicidade – Baseado em Valores da Alma”
Sérgio Felipe de Oliveira
Editora Feal
88 páginas
R$ 55
Para adquirir a obra, acesse: https://www.mercalivros.com.br/
Festival de gongo será realizado mundialmente no próximo dia 21
Tocadores de gongo de todo o mundo, onde quer que estejam, vão vibrar seus instrumentos durante o Dia Mundial do Gong Puja, cerimônia sagrada, ou meditação, em que os gongos são tocados continuamente durante 24 horas. O evento vai contar com a participação e apoio do mestre Don Conreaux.
A organizadora do evento, Sabina Bučar, natural de Ruše, na Eslovênia, comenta que a palavra ‘puja’ “vem do hinduísmo, e a proposta desse evento é mostrar que pessoas de todo o mundo podem estar conectadas e cooperar na mesma intenção, independentemente de fronteiras, cor da pele, crença política ou religiosa e cultura. O gongo vibra de coração para coração. A intenção é ajudar a Mãe Terra por meio da regeneração, da paz e da expansão da consciência”, diz Sabina.
Segundo ela, o evento deste ano congrega até o momento pessoas de 83 países. “Estou conectando tocadores de todo o mundo para tocar pelo nosso lar. Haverá não apenas gongos, mas instrumentos terapêuticos, como tambores xamânicos e oceânicos, didjeridu, instrumentos sonoros de animais, taças cantantes, sinos koshi e muito outros”.
Mais informações: sabina.bucar@gmail.com e @geyse.helena