Motorista de app em BH relata ter sido agredido por música alta do carro vizinho

Na moto ou no carro, quando o assunto é exposição à violência, as vulnerabilidades são semelhantes. Em 2019, o motorista de aplicativo Dênis José Vicente Duarte, 34, também foi agredido por dois passageiros - pai e filho - que ele levava do Mineirão, na região da Pampulha, até o bairro Cachoeirinha, na região Nordeste da capital mineira. 

“Eles cismaram que a música do meu carro estava alta. Era um funk que o carro da frente tocava. Expliquei que a música não era minha e desliguei o som, que já estava bem baixo. Eles estavam exaltados e começaram a falar que motorista de app tinha que fazer o que o cliente queria”, conta o profissional.

Diante da confusão e se sentindo inseguro de prosseguir a viagem, Dênis resolveu interromper a corrida e pediu que os clientes descessem do carro. “Disseram que só iriam descer se quebrassem minha cara. Parei, eles me atacaram – enquanto um fazia mata-leão, segurando meu pescoço, o outro me dava socos na costela e no rosto”, lembra. 

Rede de proteção

Na época, Dênis não sabia que havia uma rede proteção organizada entre os próprios profissionais. Sem vínculo com as plataformas, os motoristas se reúnem em grupos, conectados em tempo real, no intuito de proteger um ao outro. “Todos os nossos carros têm rastreador e câmera, e já aconteceu de um colega ser agredido e sermos mais ágeis que a ajuda oficial”, comenta.

Um grupo de trabalho criado em 1º de maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem 150 dias para debater o tema e apresentar propostas de regulamentação das plataformas no país.