O Festival Cultura e Gastronomia de Tiradentes, que segue em sua 28ª edição até o dia 31 de agosto, é considerado um dos maiores do tipo no Brasil. Todos os anos, chefs de diferentes partes do Brasil (e do mundo também) se concentram na Cidade do Campo das Vertentes para apresentar ao público suas técnicas e inovações com pratos e panelas. 

Além dos nomes já consagrados, o festival também abre espaço para chefs estreantes, que conduzem aulas e cozinhas ao vivo. Em 2025, marcaram presença pela primeira vez Ana Bueno (Banana da Terra, Paraty), Ana Gabi Costa (Trintaeum, Belo Horizonte) e Pedro Coronha (Koral, Rio de Janeiro). A reportagem conversou com eles sobre a experiência de participar do evento. Confira!

Leia também: Ficou de fora do 1º fim de semana do festival de Tiradentes? Veja 5 dicas imperdíveis!


Ana Bueno

Banana da Terra, Restaurante Café Paraty e Casa Paratiana - Paraty


O festival de Tiradentes é uma referência para o país inteiro. Muita gente se inspirou nele quando começou lá atrás e, até hoje, continua sendo um sucesso, cada vez mais, porque reúne chefs e público de todo o Brasil. Eu estou adorando ver as pessoas tão entusiasmadas com a gastronomia brasileira, consumindo, participando das atividades. Isso dá até um gás novo! A gente volta animada para continuar trilhando esse caminho em que acredita. A gastronomia é mais do que um momento: ela envolve muita gente, valoriza os produtores e também conscientiza o público que consome de forma mais responsável. Por isso, considero esse festival uma verdadeira referência.

 

Ana Gabi Costa

Trintaeum - Belo Horizonte

É maravilhoso estar aqui pela primeira vez. Eu já estive muitas vezes, por vários anos, no festival, mas enquanto cozinheira, acompanhando chefs que hoje são meus colegas de profissão. Então, estar aqui, pela primeira vez, com o meu nome à frente de um projeto que considero muito relevante. A gente levanta bandeira da valorização da comida mineira. Trabalhamos com 100% de insumos de Minas na casa, comprando tanto de pequenos quanto de médios e grandes produtores. Nosso papel é negociar com todos que fazem parte da produção mineira, para que essa cadeia funcione da melhor forma e favoreça o Estado.


Pedro Coronha 

Koral - Rio de Janeiro


Estou adorando a cidade, e é literalmente a primeira vez que eu venho para cá. Foi uma surpresa muito agradável, cheio de gente feliz, se divertindo... Então, participar do festival pela primeira vez tem sido muito bacana, e a cidade ajuda bastante. O Fartura faz expedições, promove diversas ações, então é superimportante estar junto, participando, conhecendo, aprendendo, se conectando com o público. Acho que só tem coisa positiva, todo mundo ganha. Além disso, eu tenho uma relação afetiva, por um motivo simples: minha avó veio da Itália direto para Minas. Não para Tiradentes, mas cresceu em São João Nepomuceno, uma cidade pequena. Então, ela tem esse temperinho mineiro que dá para reconhecer bem. 


Chef do melhor restaurante do Brasil analisa gastronomia mineira

A reportagem de O TEMPO conversou também com Rafa Costa e Silva, à frente do Lasai, considerado o melhor restaurante de 2025 pelo The World’s 50 Best Restaurants. Na ocasião, ele falou como a gastronomia mineira é uma das mais pujantes do Brasil.

Eu sou carioca da gema e amo o Rio de Janeiro. Mas, no Brasil, uma das gastronomias mais raízes, mais interessantes, de um dos povos que mais aprecia, admira e respeita a comida, sem dúvida nenhuma, é a de Minas Gerais. No ano passado estive em Belo Horizonte e realmente dá para sentir essa diferença. Em muitos lugares as pessoas comem para viver; aqui, elas vivem para comer. Faz parte da cultura. As pessoas valorizam o ingrediente, os pratos tradicionais... Qualquer restaurante que você entra em Tiradentes tem tutu, torresmo, jiló frito, que é tão típico. Então, eu acho que o mineiro é um dos povos, não só no Brasil, mas no mundo, que mais valoriza a cultura da gastronomia.