Bacalhau, sim, é um peixe – e não um preparo ou técnica, como muitos pensam. Ele tem cabeça, nada vivo pelos fiordes gelados da Noruega e é consumido fresco no Brasil com uma frequência que a gente nem imagina. E, até o dia 31 de agosto, o consumo promete aumentar ainda mais na capital mineira com a segunda edição do Festival Bacalhau da Noruega. A iniciativa reúne mais de 20 restaurantes em torno de criações exclusivas com o autêntico bacalhau norueguês, promovendo uma verdadeira celebração da gastronomia e das tradições do país nórdico.

A espécie mais tradicional é Gadus morhua, também conhecido como “bacalhau-do-atlântico”. Só em 2024, a exportação total da Noruega de Gadus morhua salgado e seco foi de 25.536 toneladas, de acordo com o Conselho Norueguês da Pesca, e realizador do evento. Durante o festival, os restaurantes trabalham receitas com dois peixes salgados e secos emblemáticos da Noruega: o Gadus morhua e o saithe, ambos reconhecidos pela textura, que permite o fácil desfiar das lascas após o cozimento, resultado de um processo de secagem secular que garante sabor umami marcante e qualidade internacionalmente reconhecida.O que é bacalhau?

Entenda a diferença entre espécie e preparo, e como o Brasil virou fã do peixe salgado e seco

O festival também busca conscientizar o público sobre a importância da procedência, do preparo tradicional e da valorização de produtos com identidade de origem, aproximando ainda mais os consumidores brasileiros da cultura alimentar norueguesa. “Além de valorizar a tradição, essas ações educam o público sobre preparo, sabor e versatilidade, reforçando a preferência pelo produto verdadeiro, da própria origem norueguesa. Queremos aproximar ainda mais o consumidor brasileiro da origem e da qualidade do bacalhau da Noruega, reforçando a importância da procedência e do preparo tradicional”, comenta Randi Bolstad, diretora-executiva do Conselho Norueguês da Pesca no Brasil.


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A programação em BH combina as origens norueguesas do peixe com a criatividade e os ingredientes regionais da culinária mineira. Participam casas como Cozinha Santo Antônio, O Jardim, Caravela, A Porca Voadora, Per Lui, Bar do Zezé, D’artagnan, Osso, Cabernet Butiquim, Cantina Piacenza, Chico Dedê, entre outras. 

Rex Bibendi: pataniscas de bacalhau da Noruega, cebola caramelizada com bacon e hommus 
de beterraba. Foto: João Motta/divulgação


No tradicional restaurante português Taberna Baltazar, o bacalhau da Noruega é servido em lascas refogadas no azeite com cebola, batatas cozidas e azeitonas pretas – receita típica da região do Porto, em Portugal, que entrega tradição e simplicidade. “Acho interessante mostrar que não é só pelo lombo que o bacalhau pode brilhar. As lascas também têm seu lugar de importância e podem ser aproveitadas para fazer um belo prato principal”, explica a chef Flávia Baltazar

Os toques mineiros são destaque em pratos como o da Cozinha Santo Antônio, que prepara o bacalhau desfiado com abóbora caramelizada, couve crocante, quiabo grelhado e telha de angu crocante. “O prato foi inspirado num livrinho de receitas que ganhei com preparos de mulheres do Alto Jequitinhonha, em Minas Gerais”, conta a chef Ju Duarte. O peixe também é recheio de bolinho de milho-verde no prato Minas Lusitana, do Bar do Zezé, e vem com pamonha frita de textura cremosa no Porca Voadora.


No Cabernet Butiquim, o bacalhau é servido com pão de alho tostado e em formato de bolovo; no Rex Bibendi vira recheio de tortilla com purê cremoso de mandioquinha. Quem assina ambas as criações é a chef Jana Barrozo. “Para o bolovo, que é um petisco clássico, fiz uma massa de croqueta de bacalhau e requeijão, servido com molho de tomate defumado”, explica sobre a sugestão do Cabernet Butiquim. Já a outra é o pão de alho tostado com bacalhau, finalizado com crispy de cebola crocante.

“O queijo dá o douradinho na receita, e a qualidade do pão garante a crocância para sustentar toda essa estrutura”, explica. Já no Rex Bibendi, a patanisca é feita com um “bolinho” de bacalhau amassado, cebola caramelizada em bacon e uma pasta de grão-de-bico e hommus de beterraba. “Dá para comer com a mão, mas também funciona com talher”, sugere.

Veja os participantes do 2ª edição do Festival Bacalhau da Noruega: 

Cozinha Santo Antônio

O Jardim

Caravela

A Porca Voadora

Per Lui

Cabernet Butiquim

Rex Bibendi

D’Artagnan

La Palma

Cantina Piacenza

Odoyá Cozinha

Cucina di Pastaio

Taberna Baltazar

Omília

Biboca do Portuga

Empório Paraíso

Chico Dedê

Osso

Restaurante do Porto

Capitão Leitão

Pastus

Mitra

Festival Bacalhau da Noruega

Data: 14 a 31 de agosto

Local: Belo Horizonte (MG)

www.festivalbacalhaudanoruega.sindrio.com.br/restaurantes-belo-horizonte/