PMDB faz almoço para tentar aparar as arestas entre Antônio Andrade e Adalclever Lopes
Reuniões e acordos fora da agenda oficial não são exclusividade do presidente Michel Temer. No último domingo, o deputado federal Newton Cardoso Júnior recebeu em sua residência integrantes do primeiro escalão da legenda estadual para um almoço. No cardápio, questões da sigla que não foram resolvidas durante a última reunião da executiva estadual, realizada na sexta-feira. Entre elas, a renovação do diretório estadual do partido e o futuro da aliança do partido com o governador Fernando Pimentel (PT). O curioso é que o almoço substituiu a reunião da executiva estadual do partido marcada para esta segunda-feira (10).
Servidos com um filé à parmegiana feito pelo próprio Newtinho, no grupo estavam, entre outros, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), Adalclever Lopes, o vice-governador, Antônio Andrade, o secretário geral do PMDB de Minas, Sávio Souza Cruz, os ex-deputados estaduais Antônio Júlio e João Alberto, e o ex-governador Newton Cardoso. Esse último, principal entusiasta e organizador do encontro.
Na aposta de Newton Cardoso pai, Pimentel não deve terminar o mandato. Segundo interlocutores, o ex-governador acredita que o petista deve sair do cargo até, no máximo, o início de 2018, por conta dos processos que sofre no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso o petista seja cassado pelo STJ, o posto de chefe do Executivo mineiro ficará com Andrade. Se a cassação ocorrer via TSE, a cadeira fica com Adalclever Lopes.
Porém, essa tese é “bem particular” do ex-governador. Vários integrantes da sigla consideram “precipitado” falar em romper com o PT, uma vez que a aliança com Pimentel no Estado “tem rendido frutos”. Além disso, ponderam que a coligação com a legenda, no atual cenário, é mais vantajosa para manter os 13 deputados na Assembleia e outros seis na Câmara. “É aquilo, o Newtão fala muito e extrapola às vezes. Hoje, a aliança com o PT é estratégica. Não tem por que falar assim”, disse uma fonte.
Peemedebistas contam que esses encontros, que tendem a se tornar mais frequentes, têm o intuito de aproximar as duas alas do PMDB de Minas. Adalclever e Andrade não têm tido relação pacífica, mas parece que as arestas estão sendo aparadas aos poucos. Enquanto o presidente da ALMG é o principal articulador político de Pimentel, Andrade está rompido com o petista. Os dois também têm pretensões partidárias: Andrade quer continuar como chefe do PMDB no Estado, e Adalclever também está de olho no posto. Por conta da rivalidade, os membros da executiva começam a pedir para que o partido se una, visando às eleições de 2018.
Uma alternativa para selar a paz entre os dois é uma terceira via. Por isso, o nome de Newton Cardoso Júnior é cotado para ser o sucessor de Andrade no comando do partido, uma vez que, na briga interna, ele fica no meio de campo. No entanto, quem decide se o vice-governador vai continuar ou não na presidência é a executiva nacional, comandada pelo senador Romero Jucá (RR).
Há a conversa de que o PMDB mineiro possa entrar em consenso e sugerir que seja feita a convenção para a troca do comando. Mas o atual discurso de união da legenda vale para dois cenários: Toninho sendo reconduzido ou, em caso de eleições internas, lançamento de uma chapa única. (Fransciny Alves e Lucas Ragazzi)
Fale bem de mim
Um deputado estadual, que tem sua base no Centro-Oeste de Minas, tem mobilizado sua equipe para monitorar o que estão falando dele nas redes sociais. Quando se depara com críticas, o parlamentar pede para que uma de suas assessoras procure o contato de quem o criticou. Essa assessora, posteriormente, liga para o cidadão passando-se por entrevistadora do instituto de pesquisa Datafolha. Entre os questionamentos, segundo um interlocutor, está a avaliação sobre o mandato do deputado, se a pessoa ouviu recentemente alguma crítica sobre o político, por onde chegou essa notícia negativa e se votaria no político em 2018. E quem paga a conta das ligações interurbanas feitas do gabinete é o contribuinte.
Melancia. Senador peemedebista que pediu o afastamento do presidente Michel Temer e acusou o Palácio do Planalto de fazer “balcão de negócios”, Hélio José (PMDB-DF) gravou um vídeo com a indicada pelo presidente Michel Temer para a Procuradoria Geral da República (PGR), Raquel Dodge, e ressaltou o “empoderamento” feminino. O senador é “famoso” nos meios políticos porque foi gravado no ano passado, quando ainda era aliado do Planalto, dizendo que indicaria quem quisesse no governo Temer, “até mesmo uma melancia”.
Frase do dia
O governo insiste na estratégia de trocar votos por cargos, além de desqualificar a acusação por meio de adjetivações. Não se pode criar no Brasil o precedente de que existem pessoas que são poderosas demais para serem punidas.”
Marina Silva ex-ministra e fundadora da Rede.
R$ 47 mil é o montante que a Prefeitura de Além Paraíba, na Zona da Mata, vai destinar para a banda de reggae Onze:20 apresentar-se na cidade durante o
Fexpo 2017, marcado para 5 de agosto.
Siqueira não banca Lacerda
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, veio ontem a Belo Horizonte para se reunir com a executiva estadual. No encontro foi decidido que o ex-prefeito da capital mineira e atual presidente do partido em Minas, Marcio Lacerda, não vai disputar o comando da legenda. Aliados esperavam que Siqueira lançasse ontem o ex-prefeito como candidato único. Segundo o deputado estadual Antônio Lerin, Lacerda vai dedicar-se integralmente às eleições de 2018. “Estamos trabalhando numa renovação consensual do diretório da sigla, e Lacerda vai se dedicar exclusivamente a andar pelos municípios, realizar palestras, e vamos apoiar integralmente a candidatura dele ao governo de Minas”, afirmou Lerin, que se colocou à disposição da legenda para ser o presidente, desde que todos apoiem. O PSB ainda tem três candidatos ao posto.
Despesa nova, só com corte
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), relator do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2018, apresentou parecer restringindo a ampliação de despesas obrigatórias a partir do ano que vem. O relator justifica que, diante do contexto de restrição dos gastos públicos, não há margem para expansão de nenhuma despesa, uma vez que as despesas primárias que poderiam ter aumento progressivo já se encontram no limite estabelecido pelo novo regime fiscal. Por isso, no relatório preliminar determina que, “no exercício de 2018, toda e qualquer ampliação de despesas obrigatórias decorrente de proposição legislativa ou medida provisória depende de cancelamento equivalente de outra despesa”. Pestana não alterou as metas fiscais estabelecidas pelo governo, que prevê déficit de R$ 131,3 bilhões para 2018.
