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Rio Doce

Crise política e desastre ambiental criam novos desafios em Valadares

Governador Valadares foi uma das cidades mais afetadas pelo desastre da Samarco e também sofre com denúncias de corrupção

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PUBLICADO EM 20/07/16 - 06h19

Nem os 300 quilômetros que separam Governador Valadares e a Mariana, onde ocorreu o rompimento da barragem do Fundão em novembro de 2015, nem o tempo foram capazes de diminuir os efeitos do crime ambiental na cidade do Vale do Rio Doce. O professor do curso de Gestão Pública da Univale Sérgio dos Santos Reis conta que muitas pessoas começaram a deixar o município devido a contaminação da água.

Ele conta que além do problema ambiental a cidade passa por um também por um delicado momento político, com denúncias de corrupção atingindo vários políticos. Não por acaso, a investigação do uso de contratos superfaturados na empresa de saneamento municipal (Saae) para quitar dívidas de campanha da prefeita da cidade, Elisa Costa (PT), ganhou o nome de "Mar de Lama".

Reis destaca que além do êxodo de moradores a situação faz com que a população perca o interesse de investir na cidade, acentuando ainda mais a arrecadação da cidade, que já se encontrava frágil devida a crise econômica que passa o país.

O professor argumenta que os problemas políticos também contribuem para o agravamento do problema, pois inibe o pagamento da divida ativa, uma vez que os moradores ficam receosos de que o dinheiro seja usado para outros fins. "Isso tira a confiança no poder público", diz.

Especialista em gestão pública, Kleyton Costa Carvalho lembra que atualmente a cidade também precisa de um investimento maior para investir no tratamento de água, buscando favorecer a captação. Ele avalia que a falta de recursos provoca a demissão de servidores e consequentemente a redução dos profissionais da saúde e da educação.

"O desafio importante agora é oferecer serviços públicos essenciais de qualidade mesmo com escassez de recursos. O difícil é fazer com que a população entenda isso, pois são atos dos Governos Federal e Estadual que estão afetando as finanças municipais", afirma.

A contaminação da água do Rio Doce, que passa por várias outras cidades da região, gera também um problema de saúde, fechando um ciclo gerador de custos. Na falta de um hospital regional, iniciado em 2013 e ainda em obras, o atendimento dos moradores da região é feito no hospital municipal, demandando mais verbas da cidade.

Rádio Super

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