incontestável
Locomotiva azul! Sada Cruzeiro atropela russos e é campeão mundial de vôlei
Equipe celeste conquistou o maior feito de um clube na história do vôlei brasileiro. Atuação na decisão foi irretocável e não deu a mínima chance para os europeus
Frieza se responde com emoção. Bloqueios existem para serem superados. Favoritismo se confirma dentro de quadra. Essas foram apenas algumas lições provadas neste domingo pelo Sada Cruzeiro ao superar o Lokomotiv Novosibirsk-RUS na decisão e conquistar o inédito título do Mundial de Clubes para o vôlei brasileiro.
A vitória por 3 sets a 0, com parciais 25/20, 25/19 e 25/20, foi mais fácil do que se esperava, mas nem por isso deixou de ser emocionante. Para o Sada, o título teve sabor de redenção em dose dupla. Primeiro, para apagar de vez da memória o vice-campeonato na edição 2012, diante do Trentino-ITA. Além disso, o time celeste se vingou da derrota sofrida para os russos na fase de grupos.
Anfitrião do torneio, o Cruzeiro soube explorar muito bem o incentivo de sua torcida, que compareceu em peso ao ginásio Divino Braga, em Betim. Os 7.200 presentes criaram um ambiente hostil para os russos e soltavam gritos tão fortes quanto os saques do cubano Leal, maior pontuador da partida, com 13 pontos, sendo quatro no serviço.
Ao conquistar o maior feito de um clube na história do vôlei brasileiro, o Sada Cruzeiro mostrou para todos porquê o planeta é azul.
O jogo
Sem medo de errar, o Sada começou a partida arriscando em cada bola e colocando os russos sob pressão. Mesmo sem saques bem encaixados, a recepção adversária era quebrada repetidas vezes, o que facilitava o sistema de bloqueio-defesa celeste e também a criação de contra-ataques. William trabalhava bem a bola de meio com Éder, pegando os bloqueadores russos desprevenidos.
Antes do primeiro tempo técnico o Cruzeiro construiu uma vantagem que seria irreversível. A confiança em alta era evidente e ficou constatada no último ponto do set, quando William, com apenas 1,85 m, ignorou o gigante bloqueio russo e atacou pelo meio-de-rede uma bola de segunda, fechando a parcial em 25/20.
O semblante dos europeus era de desânimo e atuação apagada do oposto Moroz, principal arma do time no Mundial, pesava negativamente. Em quadra, a verdadeira locomotiva era azul: sem freio e ignorando a presença dos adversários. Os contra-ataques seguiam sendo bem aproveitados pelos mineiros e a cada bola virada a temperatura da torcida subia no Divino Braga.
O massacre seguiu no terceiro set. Irreconhecível, o Lokomotiv seguia sendo induzido aos erros pela atuação contundente dos cruzeirenses. Destaque para o cubano Leal, que combinou saques potentes e bem colocados, aterrorizando a recepção russa.
A última cartada dos europeus foi arriscar ainda mais em cada jogada, mas nada surtia efeito. A tarde era mesmo brasileira. Era do Sada Crzueiro. O ponto final veio em saque errado de Moroz, colocando o Divino Braga abaixo.